Neste sábado (12), recheado de belíssimas partidas de futebol pela Europa, Manchester United e Liverpool jogaram um cotejo de duas etapas distintas, desfalques, quatro tentos e 3 a 1 para comandados de Louis Van Gaal. Que tiveram melhor atuação de 2015-16, controlando oponente.
United compôs tradicional 4-2-3-1 (4-4-1-1 na fase defensiva), sem Wayne Rooney, com Marouane Fellaini centroavante e Ander Herrera trequartista. Desde o início, conjunto apresentou aspectos rotineiros e deu sequência ao atual sistema de Van Gaal: Ander alternando com extremos (Juan Mata e Memphis Depay) durante jogadas, afim de fazer confusão e gerar espaços; mesmo espanhol preso ao centro do terceiro quarto de relvado, para criar vertical linha de passe aí, até bola avançar; Mata tendendo ao centro; laterais (Matteo Darmian e Luke Shaw) dosando altura campal, sempre visando futuras perdas; saídas realizadas apenas por double pivot (Michael Carrick e Bastian Schweinsteiger); controle desde o balão; ritmo não tão alto para ativar mecanismos; domínio territorial; e centroavante ora segurando defensores, ora oferecendo apoios.
Neste cenário, contudo, time circulava esfera de maneira bastante horizontal, faltando quem quebrasse linhas de marcação do Liverpool - Depay, em geral tal desestabilizador, esteve diminuído por Nathaniel Clyne. Ainda assim, vermelhos conseguiam alguns roubos à frente, apresentavam bom nível energético sem posse e tinham perdas bem planificadas, com interessante número de homens atrás do balão. Em suma, havia controle defensivo e atasco ofensivo - United só permitiu uma finalização no 1º tempo, mas teve dois meros arremates.
2ª etapa foi iniciada de forma semelhante, e contexto perdurou por 4'. Até Ashley Young, substituto de Memphis, conseguir o que holandês tentou por 45: superar Clyne. Após desequilíbrio do inglês, Manchester fez 1 a 0 com Daley Blind e, depois de breve período, onde embate tomou ares transicionais, alcançou clara superioridade futebolística. Controlando ritmo, aproveitando problemas rivais em ataques posicionais para dominar. Nem mesmo lindo tento de Christian Benteke tirou brilho coletivo dos de Louis, que ainda viram belíssimo gol de Martial.
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Clique na imagem para ampliar Panorama inicial do confronto |
Liverpool esteve em seu recente 4-3-3 (4-1-4-1 ao negar espaços), não podendo contar com Philippe Coutinho e possuindo Daniel "Danny" Ings entre titulares. Por aceitação, já que conjunto de Merseyside se sente bem e produz melhor atacando em transições, e imposição adversária, considerando que United sempre busca controlar tudo a partir da posse, atletas de Brendan Rodgers adotaram postura reativa - como contra Arsenal, por exemplo, no último mês. Baricentro baixo e vários minutos em defesa posicional, almejando roubos seguidos de velozes contragolpes. Que até chegaram a se desenhar, mas, devido ao grande número de rivais a serem eliminados após recuperações, dificilmente foram finalizados. Contudo, Reds trataram de manter solidez defensiva, cedendo pouco. Logo, metade sem muitas emoções, tão prezadas por liga.
No 2º tempo, sim, elas apareceram. Depois de sofrer 1 a 0, Liverpool se viu obrigado a manter esfera, a gerar futebol. Acelerando aqui e permitindo ali, contexto transformou-se em algo totalmente transicional, como equipe adora. Mas United não aceitou isto, voltou a tranquilizar cenário e rapidamente anotou 2 a 0. Lamentavelmente débil em ataques posicionais e frequentemente sentindo falta de esportistas quem acrescentem detalhes ao jogo - sobretudo após saída de Steven Gerrard -, trupe de Rodgers se viu em situação ainda pior sem Coutinho, mesmo que suas contribuições não passem de jogadas, desequilíbrios individuais. Benteke fez isto, deixou estupendo gol em Old Trafford. Porém, é necessário mais para competir na elite, para ganhar campeonatos. Retornando, clube do noroeste inglês seguiu controlado até último apito.
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Clique na imagem para ampliar Como terminou duelo |
David De Gea surgiu quando necessário, Fellaini destacou-se, Blind teve brilho estrutural, Carrick comandou circulação e atuação dos de Manchester fez lembrar melhores momentos de 2014-15, quando modelo de jogo de Louis Van Gaal parecia com este. Basicamente, melhor exibição vermelha na temporada, fixando evolução de mecanismos. Por outro lado, Liverpool enfrenta conhecidas fragilidades futebolísticas, ainda mais aparantes nos cotejos menores. Joga mal.