Há quase dois meses, foi feita uma
análise sobre o Liverpool, destacando como Brendan Rodgers conseguiu reviver a equipe. Desde então, muitas coisas mudaram e aquele time se alterou. Tanto em relação à nomes, quanto no que diz respeito à aspectos. Para o bem e para o mal.
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Reds seguem mudando, resultados vão evoluindo (foto: Reprodução) |
Com apenas duas derrotas desde que passou ao 3-4-3 (5-4-1 sem a bola) - foram 19 partidas -, o Liverpool realmente recuperou sua essência. Prova disto é que, antes de implantarem supracitadas variações, Reds disputaram 23 jogos e venceram apenas nove, tendo mesmo número de derrotas. Após venda de Luis Suárez, grave lesão de Daniel Sturridge e quedas de rendimento, só a grande mudança foi capaz de resgatar competitividade vermelha. Contudo, desde a derrota para o Manchester United, as coisas não param de se modificar. Rodgers deu consistência à seu time, liberdade à certos atletas e funções mais específicas à outros. Basicamente, organizou o conjunto - ao que parece, de maneira definitiva. Ainda que imperfeito, grupo evoluiu.
Nas quatro primeiras exibições com atual desenho, um velho problema apareceu (nunca havia ido embora, na verdade): a instabilidade defensiva. Foram sofridos sete gols neste período, até o técnico encontrar um amuleto chamado Emre Can. Meio-campista por natureza, Can se adaptou bem mais atrás. A partir deste momento, linha defensiva se tornou sólida e confiável nas duas fases. Sete
clean sheets (cotejos sem levar gols) em 15 duelos, quase o dobro de antes - quando foram jogadas 12 pelejas a mais. Com a posse, natural saída lavolpiana, a partir dos zagueiros-laterais (Emre-Sakho). Algo, aliás, já observado e anulado por determinados adversários. Sobretudo contra quem utiliza 4-3-3 (4-1-4-1 sem a posse) - o que facilita encaixes individuais -, é bem possível padecer.
À frente, o jovem Jordon Ibe virou unanimidade na ala-direita, enquanto Lazar Markovic e Alberto Moreno alternam no lado oposto. Gerrard, que faz sua última temporada pelo clube, já não cria tanta dependência, e Jordan Henderson o vai substituindo de forma natural. Inclusive, herda o posto de capitão. Ao seu lado, Lucas Leiva, Joe Allen e o próprio Steven revezam. No ataque, com todos à disposição, trio deverá ser formado por Philippe Coutinho, Sturridge e Raheem Sterling. Porém, Markovic, Gerrard e Adam Lallana já passaram por ali.
Abaixo, flagrantes:
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Clique na imagem para ampliar Recentemente, rivais conseguiram anular saída do Liverpool |
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Clique na imagem para ampliar Algo parecido, evidenciando debilidade |
Se antes Reds criavam espaços a partir de diagonais, buscando, posteriormente, lado fraco das jogadas, hoje o mecanismo é diferente. Atualmente, time possui uma facilidade enorme para movimentar e abrir linhas adversárias. Do terceiro quarto do relvado em diante, é totalmente dominante e influente. Alas dão largura, pontas e centroavante ocupam espaço central, se aproximando - ocasionalmente, um atleta do double pivot adianta-se e também participa. Então, criam linhas de passe ou desequilibram com talento natural. A seguir, flagrantes demonstram tal coisa.
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Clique na imagem para ampliar Exemplo de tudo o que foi dito acima |
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Clique na imagem para ampliar Algo idêntico, mecanismo é utilizado novamente |
A ascensão do clube de
Merseyside é, de longe, a que mais chama atenção na English Premier League. Dos últimos 30 pontos possíveis, conquistou 24, somando 80% de aproveitamento. Mais que isto, reouve um padrão de jogo e depende cada vez menos de nomes específicos. Liverpool voltou a lutar por Liga dos Campeões, resgatou sua competitividade e estabeleceu-se. Mas claro que nada é perfeito, dificuldades estão presentes. Brendan Rodgers já reviveu e moldou conjunto, agora busca algo que não vem há quase 36 meses: um título. |
Clique na imagem para ampliar Movimentos e melhor XI, no 5-4-1/3-4-3 |