Futebol
Sejamos sinceros, foi um vexame. Não dá para tomar 4 x 0 pro Coritiba, ainda mais da forma constrangedora como isso aconteceu. Que o foco é na Copa do Brasil, que houve um relaxamento natural após a grande classificação contra o Corinthians, que foi time misto; enfim, todas as justificativas do universo não são suficientes para justificar esse vexame gremista de ontem.
Foi absolutamente ridículo ver o Grêmio tomando um gol com 15 segundos, ainda mais contra; pior ainda foi deixar o Alex livre para fazer 2 x 0 com menos de 4 minutos. Foi assustador ver o quanto o time estava fragilizado, o quão inútil seria os 85 minutos que ainda restavam para tentar uma reação. E ela nem aconteceu, muito pelo contrário: o Coxa fez mais dois gols e podia até ter feito mais. Em nenhum momento o tricolor equilibrou o jogo.
E nem poderia: com o meio campo esfacelado, deu para ver na prática o quanto o esquema do Renato depende dos homens certos na posição certa. Se Elano e Zé Roberto juntos não funcionam, tampouco Adriano e Matheus Biteco como dublês de volantes/armadores, como o são Ramiro e Souza, fazem o time render. Os três atacantes estavam perdidos, não sabiam se voltavam para armar o jogo ou fixavam posição lá na frente, e na dúvida não fizeram nem um nem outro.
Honestamente, o campeonato está nas mãos do Cruzeiro há algum tempo. Na realidade o Grêmio teve algumas boas chances de se aproximar, mas desperdiçou pontos em jogos favoráveis, contra times da parte de baixo da tabela na Arena. Então, sob essa ótica, não acho que deveria ter colocado força máxima ontem. Claro que falar agora da montagem do time é bem fácil, a goleada faz com que se critique a escalação de Renato; alguns gostariam de ver força máxima, outros gostariam de testar o time que vai enfrentar o Furacão na quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Antes do jogo, achei a lógica a escalação: usou os três atacantes para tentar ganhar o jogo, poupou os titulares que estavam mais desgastados visando a decisão de quarta. Quem poderia imaginar que com 4 minutos o time estaria perdendo por 2 x 0? Será que a escalação teve a ver com isso? Sinceramente, não acredito.
Acho que o resultado teve alguns significados que podem ser interessantes: em primeiro lugar, ele encerra essa questão de que dá para ser campeão brasileiro; não dá, o Cruzeiro já é o campeão. O que não faz com que o time possa "largar" o campeonato, porque ser vice-campeão garante a Libertadores independentemente do que aconteça na Copa do Brasil. Mas o foco, o sangue no olho, a corda esticada, se tiver que escolher um, tem que ser na chance de um título que não vem há doze anos. E acho que a decisão de Renato foi nesse sentido; não deu certo, acontece, é do jogo.
O segundo significado da derrota vexatória é o aviso que deu ao grupo após a classificação contra o Corinthians. Impossível se sentir favorito depois de tomar 4 do Coxa; e eu tenho muitas ressalvas quando o Grêmio entra como favorito. Para o jogo de quarta decididamente não é, e eu acredito que o resultado de ontem, nas mãos de um mestre em psicologia de grupos como o Renato, pode fazer com que o time voe na quarta-feira, independentemente de quem entre em campo.
É esperar para ver quais serão os significados práticos desse vexame pelo qual o Grêmio passou ontem, no Couto Pereira. A "Missão Curitiba", que começou desastrosa, precisa terminar bem para que o sonho do penta permaneça vivo.
- Onde é O Limite?
Eu não sei exatamente qual é o papel da lógica no futebol. É claro que quando se faz o lógico, o mais indicado, normalmente a chance de conseguir bons resultados aumenta. Mas por vezes, decisões aparentemente ilógicas geram grandes conquistas...
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Futebol
Os significados de um vexame
Sejamos sinceros, foi um vexame. Não dá para tomar 4 x 0 pro Coritiba, ainda mais da forma constrangedora como isso aconteceu. Que o foco é na Copa do Brasil, que houve um relaxamento natural após a grande classificação contra o Corinthians, que foi time misto; enfim, todas as justificativas do universo não são suficientes para justificar esse vexame gremista de ontem.
Foi absolutamente ridículo ver o Grêmio tomando um gol com 15 segundos, ainda mais contra; pior ainda foi deixar o Alex livre para fazer 2 x 0 com menos de 4 minutos. Foi assustador ver o quanto o time estava fragilizado, o quão inútil seria os 85 minutos que ainda restavam para tentar uma reação. E ela nem aconteceu, muito pelo contrário: o Coxa fez mais dois gols e podia até ter feito mais. Em nenhum momento o tricolor equilibrou o jogo.
E nem poderia: com o meio campo esfacelado, deu para ver na prática o quanto o esquema do Renato depende dos homens certos na posição certa. Se Elano e Zé Roberto juntos não funcionam, tampouco Adriano e Matheus Biteco como dublês de volantes/armadores, como o são Ramiro e Souza, fazem o time render. Os três atacantes estavam perdidos, não sabiam se voltavam para armar o jogo ou fixavam posição lá na frente, e na dúvida não fizeram nem um nem outro.
Honestamente, o campeonato está nas mãos do Cruzeiro há algum tempo. Na realidade o Grêmio teve algumas boas chances de se aproximar, mas desperdiçou pontos em jogos favoráveis, contra times da parte de baixo da tabela na Arena. Então, sob essa ótica, não acho que deveria ter colocado força máxima ontem. Claro que falar agora da montagem do time é bem fácil, a goleada faz com que se critique a escalação de Renato; alguns gostariam de ver força máxima, outros gostariam de testar o time que vai enfrentar o Furacão na quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Antes do jogo, achei a lógica a escalação: usou os três atacantes para tentar ganhar o jogo, poupou os titulares que estavam mais desgastados visando a decisão de quarta. Quem poderia imaginar que com 4 minutos o time estaria perdendo por 2 x 0? Será que a escalação teve a ver com isso? Sinceramente, não acredito.
Acho que o resultado teve alguns significados que podem ser interessantes: em primeiro lugar, ele encerra essa questão de que dá para ser campeão brasileiro; não dá, o Cruzeiro já é o campeão. O que não faz com que o time possa "largar" o campeonato, porque ser vice-campeão garante a Libertadores independentemente do que aconteça na Copa do Brasil. Mas o foco, o sangue no olho, a corda esticada, se tiver que escolher um, tem que ser na chance de um título que não vem há doze anos. E acho que a decisão de Renato foi nesse sentido; não deu certo, acontece, é do jogo.
O segundo significado da derrota vexatória é o aviso que deu ao grupo após a classificação contra o Corinthians. Impossível se sentir favorito depois de tomar 4 do Coxa; e eu tenho muitas ressalvas quando o Grêmio entra como favorito. Para o jogo de quarta decididamente não é, e eu acredito que o resultado de ontem, nas mãos de um mestre em psicologia de grupos como o Renato, pode fazer com que o time voe na quarta-feira, independentemente de quem entre em campo.
É esperar para ver quais serão os significados práticos desse vexame pelo qual o Grêmio passou ontem, no Couto Pereira. A "Missão Curitiba", que começou desastrosa, precisa terminar bem para que o sonho do penta permaneça vivo.
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