Nesta quarta-feira (27), a Liga Europa 2014-15 teve seus últimos nuances. Como se previa, decisão entre Dnipro e Sevilla armazenou altíssimo nível futebolístico. Detalhes interessantíssimos, coisas que não serão esquecidas com facilidade. Dentro disto, espanhóis impuseram 3 a 2 e, pela segunda temporada seguida, levaram troféu continental.
|
Novamente, a Europa é do Sevilla (foto: Reprodução) |
Dnipro, inicialmente, não compôs habitual 4-2-3-1 (na fase defensiva, 4-4-1-1), tendo Ruslan Rotan, capitão e principal fator na circulação, mais recuado. Um claro 4-3-3 (4-1-4-1 sem a bola), com linhas recuadas e postura reativa, algo muito comum a partir da fase de grupos. Também diferentemente do tradicional, Valeriy Luchkevyc esteve no banco, enquanto Matheus partiu do flanco direito. Possuindo mínimos períodos com a posse e se mantendo em total defesa posicional, ucranianos só conseguiam ganhar metros com jogo direto, sustentado por Nikola Kalinic. Exatamente desta maneira, surgiu o 1 a 0. Após abertura do placar, como era de se prever, tudo intensificou-se ainda mais. Amassados, azuis apenas se defenderam até empate sevilhista, que logo traria outro tento.
Com placar desfavorável e precisando marcar, cresceu Yevhen Konoplyanka, maior produtor de desequilíbrios do conjunto. Que buscou controle, teve o balão e criou chances. Tanto que recolocou igualdade no marcador. Para o 2º tempo, visando diminuir fluidez central vermelha, Myron Markevych adiantou Rotan e possibilitou maior agressividade. Coletivo melhorou, equilibrou cotejo e, por certo tempo, sofreu menos. Entretanto, deixando de ter posse, esmagamento foi se tornando absurdo. Cedendo cada vez mais, Dnipro permitiu 3 a 2, que certamente chegaria. Depois, nenhuma ação realmente significativa. Nem um abafa convincente. O fim do sonho.
|
Clique na imagem para ampliar Começo do cotejo |
Sevilla desenhou imutável 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem posse). Como esperado, Aleix Vidal lateral, afim de, em ataques posicionais, ganhar altura. Isto porque, como se previa, houve completa saída lavolpiana, bastante presente neste fim de 2014-15 - na ida contra Fiorentina, por exemplo. Grzegorz Krychowiak entre zagueiros, que avançam; laterais dando largura; extremos entre linhas; e Éver Banega deixando local, mais próximo de Stephane M'Bia. Ultima dupla, aliás, tendo objetivo de ser conexão entre linha de 3 e restantes atletas. Com segurança, estabelecimento na metade adversária. Abrindo campo, aumentando linhas de passe. Tudo com riscos minimizados. Neste contexto, apenas algo anormal faria Dnipro marcar. O que ocorreu quando Timothee Kolodziejczak perdeu duelo aéreo, criando tento azul.
No lance, também pesou supracitada altura campal de Benoit Tremoulinas, que viu prosseguimento às suas costas. Necessitando gerar futebol, tudo isto foi ressaltado. Segundo gol sevilhano é uma bela prova, exibindo aspectos do time de Unai Emery. Com ritmo mais baixo, embate puramente posicional e 2 a 2, equipe encontrou dificuldades por certo tempo. Mas, acalmando-se, buscou desempate e controlou absolutamente tudo até apito final. Destaque para excelentes atuações de Krychowiak, Banega e, no 1º tempo, José Reyes. Vitolo, em contrapartida, pouco produziu por dentro e Vidal se mostrou abaixo do rotineiro padrão; Carlos Bacca decisivo, apesar de ter acrescentado pouco ao jogo vermelho.
|
Clique na imagem para ampliar Final da decisão |
Sem dúvidas, um título extremamente merecido. Qualquer coisa dissemelhante ao que aconteceu seria injusta. Emery, em 2015, fez verdadeiras magias. Transformou grupo em algo completíssimo, valorizou e tornou importantes diversos jogadores. Recuperou Éver, reconstruiu um projeto após perdas estruturais. Beirou perfeição, colocou Sevilla entre melhores do planeta. Faturou Liga Europa. Dnipro, apesar de imperfeições durante torneio, também tem grandes méritos. À sua maneira, foi avançando e atingiu final continental. Mas, na noite da finalíssima, consagração era de Unai. Nada mais justo.