Futebol
A fase do tricolor não é nada má: na Libertadores, está invicto, tem umas das duas defesas menos vazadas da competição (junto com o Santos Laguna) e uma das melhores campanhas gerais; no Gauchão, classificou em primeiro no seu grupo e despachou o Juventude com facilidade nas quartas de final por 3 x 0, três gols do centroavante Barcos, um deles com direito a cruzamento perfeito de Pará. O mundo ideal para os tricolores? Pra mim, ainda não.
Taticamente, o time está quase perfeito. Pro meu gosto, ainda falta a definição do formato defensivo do trio Edinho/Ramiro/Riveros. Basicamente, são adotadas duas formatações: Edinho e Ramiro numa linha mais recuada, com Riveros compondo a linha de três do meio; e Edinho mais à frente da zaga, com Ramiro e Riveros fazendo os volantes à frente dele.
A primeira formatação está sendo usada com a saída de Zé Roberto por lesão. Luan assumiu o seu lugar como armador, Dudu ocupa a faixa esquerda da meia, e o paraguaio joga pela direita. A segunda formatação foi utilizada com muito sucesso no jogo contra o Nacional do Uruguai, a estreia do time na Libertadores.
A grande questão é que ainda vejo alguma vacilação sobre qual dos sistemas a ser adotado dentro de campo. Por vezes, dois volantes estão na mesma bola, pelo mesmo lado, e abre um buraco na frente da zaga. Um bom exemplo disso é o gol que o Newell's marcou em Rosario: não tinha nenhum volante fazendo a cobertura na meia lua da área, porque eles estavam um pouco mais à frente. Enderson precisa resolver isso, sob pena da defesa ser vazada em jogos importantes.
A outra questão que me incomoda é Barcos. Sim, ele fez três gols ontem, eu sei. E minha preocupação nem é com o simples fato de ele não ter feito gol na Libertadores, essa seria uma análise muito simplista da minha parte.
Minha bronca com ele é a entrevista que ele deu depois do jogo. Perguntado sobre o fato de não ter feito gols na Libertadores, ele respondeu dizendo que "não estão fazendo falta, quando for necessário ele fará". Bom, então não estamos enxergando a mesma coisa: contra os argentinos, na Arena, ele perdeu no mínimo um gol feito que teria classificado o Grêmio a essa altura do campeonato.
Eu sei que ele precisa usar a retórica para as entrevistas, mas eu espero que essa não seja a sua opinião sincera. Espero que ele trabalhe para quebrar esse jejum na competição continental, pois o time precisará e muito dos seus gols, mesmo que ele esteja jogando bem.
Por fim, a questão da lateral direita. Quando Pará cruzou de forma perfeita a bola para Barcos cabecear, no primeiro gol do Grêmio, não só o centroavante o exaltou: muitos disseram: "critiquem ele agora, falei que ele é um bom lateral".
Vamos partir do pressuposto de que a principal arma de um lateral é seu cruzamento. Dessa forma, ontem o voluntarioso Pará não fez nada mais do que sua obrigação. Não pode ser exaltado porque acertou um cruzamento dia assim, outro jamais. Se mantiver a sequência de bolas perfeitas alçadas na área, aí sim pode ser comemorado. Até lá, sugiro ao Parazinho que treine bastante esse fundamento.
Se resolver ou amenizar esses três problemas, o Grêmio fica muito forte para a temporada 2014, com grandes chances de quebrar seu incômodo jejum de títulos importantes, tão fartos em sua gloriosa história.
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Futebol
Do que ainda não gosto no ótimo Grêmio
| Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA |
Taticamente, o time está quase perfeito. Pro meu gosto, ainda falta a definição do formato defensivo do trio Edinho/Ramiro/Riveros. Basicamente, são adotadas duas formatações: Edinho e Ramiro numa linha mais recuada, com Riveros compondo a linha de três do meio; e Edinho mais à frente da zaga, com Ramiro e Riveros fazendo os volantes à frente dele.
A primeira formatação está sendo usada com a saída de Zé Roberto por lesão. Luan assumiu o seu lugar como armador, Dudu ocupa a faixa esquerda da meia, e o paraguaio joga pela direita. A segunda formatação foi utilizada com muito sucesso no jogo contra o Nacional do Uruguai, a estreia do time na Libertadores.
A grande questão é que ainda vejo alguma vacilação sobre qual dos sistemas a ser adotado dentro de campo. Por vezes, dois volantes estão na mesma bola, pelo mesmo lado, e abre um buraco na frente da zaga. Um bom exemplo disso é o gol que o Newell's marcou em Rosario: não tinha nenhum volante fazendo a cobertura na meia lua da área, porque eles estavam um pouco mais à frente. Enderson precisa resolver isso, sob pena da defesa ser vazada em jogos importantes.
A outra questão que me incomoda é Barcos. Sim, ele fez três gols ontem, eu sei. E minha preocupação nem é com o simples fato de ele não ter feito gol na Libertadores, essa seria uma análise muito simplista da minha parte.
Minha bronca com ele é a entrevista que ele deu depois do jogo. Perguntado sobre o fato de não ter feito gols na Libertadores, ele respondeu dizendo que "não estão fazendo falta, quando for necessário ele fará". Bom, então não estamos enxergando a mesma coisa: contra os argentinos, na Arena, ele perdeu no mínimo um gol feito que teria classificado o Grêmio a essa altura do campeonato.
Eu sei que ele precisa usar a retórica para as entrevistas, mas eu espero que essa não seja a sua opinião sincera. Espero que ele trabalhe para quebrar esse jejum na competição continental, pois o time precisará e muito dos seus gols, mesmo que ele esteja jogando bem.
Por fim, a questão da lateral direita. Quando Pará cruzou de forma perfeita a bola para Barcos cabecear, no primeiro gol do Grêmio, não só o centroavante o exaltou: muitos disseram: "critiquem ele agora, falei que ele é um bom lateral".
Vamos partir do pressuposto de que a principal arma de um lateral é seu cruzamento. Dessa forma, ontem o voluntarioso Pará não fez nada mais do que sua obrigação. Não pode ser exaltado porque acertou um cruzamento dia assim, outro jamais. Se mantiver a sequência de bolas perfeitas alçadas na área, aí sim pode ser comemorado. Até lá, sugiro ao Parazinho que treine bastante esse fundamento.
Se resolver ou amenizar esses três problemas, o Grêmio fica muito forte para a temporada 2014, com grandes chances de quebrar seu incômodo jejum de títulos importantes, tão fartos em sua gloriosa história.
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