Aimoré 1 x 3 Inter B - Cuesta arriba
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Aimoré 1 x 3 Inter B - Cuesta arriba




Cuesta arriba é uma expressão genuinamente argentina, que numa tradução livre seria algo como "lomba acima". Ela se refere a uma situação quando algo está muito difícil, quando dá aquela sensação de estarmos subindo uma montanha com uma mochila pesada. E foi exatamente isso o que aconteceu com o Aimoré na tarde de hoje, estreia da Copa Metropolitana contra o Inter B.

A primeira dificuldade é justamente essa: a estreia estar ocorrendo somente agora, e ainda por cima contra o Inter. O time colorado, além de sua grande qualidade, vem de uma vitória estrondosa de 11 x 0 contra o Estrela, pela Copa Willy Sanvitto.

Além de nosso trabalho de reconstrução de time para o segundo semestre estar no início, ainda perdemos nosso técnico Ben Hur Pereira, que foi para o Lajeadense. Inclusive, queria utilizar este espaço para agradecer e muito a esse grande profissional e pessoa, e desejar todo o sucesso do mundo em sua nova empreitada. Mas como eu dizia, hoje estaríamos sem técnico, com o "interino" Enrico Zanetti, gerente de futebol, na casamata índia. Antes do jogo, uma boa notícia: a contratação de Gilmar Iser, profissional competente e de bons trabalhos em sua carreira.

Outra cuesta arriba era a ausência de Lucas Silva, o matador que está de volta ao Cristo Rei. Nosso ataque padeceu de ações ofensivas, e isso gerou grandes transtornos ao time aimoresista, que entrou em campo com Rafael, Alex Herber, Jésum, Rogério, Alex, Luanderson, Toto, Faísca, Mikael, Moacir e Murilo. Nosso capitão Luiz Henrique estava no banco, recuperando-se de lesão. Por melhor que seu substituto Rogério tenha jogado, estávamos sem a alma do nosso time, e essa foi outra dificuldade.

Ainda assim, o primeiro tempo foi parelho. O Inter atacava com algum perigo, e o Aimoré conseguiu criar algumas boas chances, como uma jogada em que Toto entrou livre pelo lado direito da zaga, mas chutou para fora. Por ironia, este bom jogador seria o responsável pelo primeiro gol colorado: após escanteio que surgiu em monumental defesa de Rafael, Toto acabou fazendo contra, de cabeça, o gol que abriu o marcador no Cristo Rei.

Dentro das dificuldades do primeiro tempo, a lesão de Murilo acabou retirando-o da partida, entrando o meia João Paulo em seu lugar. O que estava difícil em termos de ataque se acentuou, pois não contávamos com um jogador de definição nesse setor. E a primeira etapa terminou assim, 1 x 0 para o time da capital.


No segundo tempo, la cuesta arriba se traduziu em uma palavra: arbitragem. Impressionante como o velho expediente de favorecer as equipes grandes em detrimento dos pequenos continua acontecendo. De um impedimento claríssimo não marcado pelo auxiliar e nem pelo juiz, surge um escanteio após outra fabulosa defesa do monstro chamado Rafael. Na cobrança, gol de cabeça de Tales, um zagueiro que passou o jogo INTEIRO apitando a partida, arrumando confusão e influenciando a arbitragem, que por si só já favorecia o Inter. Perdemos por isso? Não, mas que ajudou, ajudou, e muito!

Com tudo isso contra, ainda tivemos duas boas notícias: a atuação de Lukinhas, que entrou bem no jogo, e de Almir, reforço vindo do Ypiranga e que demonstrou grande capacidade de armação, além de sua excelente bola parada. E foi através de uma jogada dos dois que o Aimoré diminuiu o placar: metida de bola de Almir, Lukinhas entra sozinho, dribla o goleiro e dá esperanças ao torcedor capilé.

Só que em seguida, a arbitragem voltou a hacer todo cuesta arriba: expulsou inexplicavelmente Faísca, que se envolveu numa jogada que para mim nem falta foi, e posso falar porque foi na minha frente. No máximo, ele pode ter colocado o ombro com mais força, e derrubou o "frágil" jogador colorado. Com um jogador a menos, o juiz conseguiu o que queria: esfriar a reação do Aimoré.

E por falar em esfriar, essa é uma especialidade dos atletas que vestem vermelho, sejam no time principal, B, e imagino que até no time dente-de-leite. Qualquer encostão vira falta, uma falta vira uma tragédia e uma entrada mais forte vira homicídio. O goleiro faz cera, o lateral demora três anos para cobrar o arremesso, e por aí vai. Quem é mesmo o time grande da história? Ah, já sei: aquele que o juiz ajuda.

E para coroar o espetáculo, no finalzinho o juiz deu um gol no qual todos (inclusive o auxiliar) tiveram dúvidas se a bola realmente havia entrado. Mas aí vale a regra: na dúvida, pró-Inter, sempre. Fim de jogo, 3 x 1 para o Inter B, num dia onde tudo se fez cuesta arriba para o Aimoré.

Muita coisa ainda vai acontecer, e acho que não existe motivo para tanta apreensão por parte da torcida: tenho convicção de que esse time vai crescer muito, ainda dentro desse semestre. Mas para que isso de fato aconteça, seria bom que pudéssemos fazer as coisas ficarem um pouco mais fáceis, dentro e fora de campo (certo, FGF?).








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