Nossas armas estão prontas: a guerra vai começar
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Nossas armas estão prontas: a guerra vai começar



Hoje à tarde no Cristo Rei ocorreu o último jogo-treino do Índio antes da estreia no segundo turno da Divisão de Acesso do Gauchão, que será na quarta-feira contra o São Paulo-RG. O jogo foi contra o Guarany de Camaquã e terminou em vitória de virada do Aimoré por 2 x 1.

O jogo começou com a defesa apresentando problemas na bola aérea: logo no início do jogo, o pequenino Flaviano abriu o marcador de cabeça. A escalação inicial de Ben Hur Pereira tinha Rafael; Rogério, Luís Henrique, Jésum e Alex; Marquinhos, Éverton, Faísca e Jean Paulo; Rodrigo Galvão e Rodrigão. As principais baixas do Índio eram Luanderson, machucado, e Toto, suspenso do próximo jogo por cartão amarelo, e que nem fez parte do banco, no intuito de treinar a formação.

Taticamente, os dois times atuaram com formações espelhadas: um 4-4-2 losango, o que dificultou a criação de jogadas por parte das duas equipes, já que as marcações estavam completamente encaixadas. Naturalmente, isso fez com que o jogo ficasse truncado e sem grandes emoções.

Pelo Aimoré, um grande problema verificado foi a falta de jogadas pelo lado direito. Rogério, zagueiro de origem, ocupava a lateral direita, mas naturalmente não conseguia fazer jogadas pelo setor. Evandro, o vértice direito do losango do meio de campo, também não conseguiu jogar, ficando preso na marcação do time camaquense. Jean Paulo também não conseguiu ocupar o lado direito; e no ataque, Rodrigo Galvão ocupava a faixa esquerda, deixando Rodrigão centralizado. Assim, o lado esquerdo foi o responsável pelas principais tentativas de jogadas do Aimoré na primeira etapa, através de Alex e Faísca, junto com Galvão. Muita luta, muita marcação, mas nenhuma chance clara foi criada, e o primeiro tempo terminou em 1 x 0 para o time visitante.

Ter um técnico competente à beira do gramado é fundamental para conquistar vitórias, e isso o Aimoré tem. Ben Hur Pereira fez excelente leitura daquilo que ocorreu na primeira etapa, e no intervalo fez duas modificações: saiu o capitão Luís Henrique, poupado, e entrou o estreante lateral direito Alex Hebert, trazendo Rogério para o miolo de zaga; saiu Evandro e ingressou o meia Mikael, que entrou no ataque. O time ficou completamente diferente; agora também tinha saída pelo lado direito, numa belíssima estreia de Alex Hebert. Mikael ocupou inicialmente a faixa direita do campo, como um atacante, e foi através dele que as jogadas começaram a acontecer. O time jogava num 4-3-3 muito interessante, pois Mikael ainda voltava para recompor o meio de campo quando estava sem a bola.

Em seguida, mudanças no ataque: saíram Rodrigo Galvão e Rodrigão, entraram Japa e Da Silva. Numa das suas primeiras jogadas, o artilheiro Japa sofre falta pelo lado direito. Alex Hebert cobra na segunda trave, Jean Paulo escora de cabeça para o meio da área e Jésum empata, também de cabeça. O gol fez justiça ao time que entrou totalmente diferente na segunda etapa. Rodrigo Bandeira, técnico do Guarany, tentou corrigir com algumas alterações, mas nada diferente acontecia; pelo contrário, só o Aimoré jogava.

E aí ele entrou: o xodó da torcida, Lukinhas, veio a campo no lugar de Jean Paulo, de discreta partida. Assim, Mikael passou a ocupar a faixa central do meio de campo, com Marquinhos e Faísca fazendo as vezes de volantes. Lukinhas jogou aberto pelo lado direito, e começou a infernizar a defesa camaquense. Apesar de estar fazendo boa partida, Japa foi substituído por Maicon Santana, que entrou no comando do ataque, fazendo com que Da Silva ocupasse a faixa esquerda do setor ofensivo do Aimoré.

Numa jogada em que a bola passou por todo o ataque, a bola sobra para Maicon Santana na área, que bate forte, no alto, a bola pegou no travessão e entrou: era o gol da virada do Índio, um prêmio para quem realmente buscou a vitória no segundo tempo. Yan e João Paulo ainda entraram nos lugares de Jésum e Faísca, e o jogo terminou em vitória índia. Após o jogo, algumas constatações foram feitas pensando no restante do campeonato da vida do Aimoré.

Temos um elenco versátil, em que muitos jogadores podem fazer mais de uma função, casos de Marquinhos, Luanderson, Mikael, Rogério e alguns outros. Isso faz com o treinador tenha muitas opções dentro do próprio grupo, sem precisar contar com uma quantidade grande de jogadores. Aliás, creio que em número o elenco está bem montado: com a chegada de Alex Herbert, não vejo grandes carências.

Outra situação interessante é que os jogadores do grupo se equivalem, um nivelamento por cima. Quem pode se dar ao luxo de ter um Da Silva, um Lukinhas, um Mikael, um Luanderson no banco? Poucos times, sem dúvida. Para a sequência da competição, isso será fundamental.

Mas o fator que mais me chama atenção, e que mereceu toda a minha atenção na análise de hoje, foi o padrão tático da equipe. Nosso 4-4-2 losango pode ser facilmente transformado em 4-4-2 quadrado, com Toto e Marquinhos mais recuados, e Faísca e Jean Paulo mais adiantados por exemplo. Ainda teria a opção de Everton e Mikael, ou até Lukinhas nesse meio de campo. Também podemos jogar num 4-3-3, com diversas opções de montagem de time. Hoje foi o caso. Primeiro com Mikael numa das posições do ataque, tínhamos mais posse de bola e recomposição do meio; com a entrada de Lukinhas no setor, mais velocidade e agressividade. Certamente esse sistema será muito importante em partidas com placares desfavoráveis. Daria até para montar um 3-5-2, pois nossos zagueiros têm facilidade para compor o meio, e nossos laterais podem se transformar em alas. Enfim, temos diversas opções táticas que, na mão de um ótimo técnico como Ben Hur Pereira, poderá ser fator decisivo para o nosso sucesso na competição.

Estamos preparados. Temos problemas, mas muito mais virtudes. Sei que também pensávamos assim no início do primeiro turno, mas os resultados não apareceram, o futebol tem dessas coisas. Não temos nenhuma garantia de que venceremos, mas temos totais condições de atingir o nosso objetivo: a elite do Gauchão no ano que vem.

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