Futebol
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Futebol
A última impressão é a que fica
Papo filosófico: sou contra esse negócio de que a primeira impresão é a que fica. Em todas as áreas da vida, normalmente aquilo que se vê de cara, não se confirma com o passar do tempo: ou muda completamente, ou aumenta, mas igual não fica. Então acho essa frase uma falácia sem tamanho, com todo respeito a quem nela acredita.
No futebol, então, a última impressão é uma verdade absoluta. Jogador chega no clube, beija camisa, joga bem duas partidas, a torcida ama ele, e de repente o cara cai na noite, não joga mais nada e plim! a torcida que o amava agora o odeia. Ou então o cara aceita uma proposta do Catar e vai embora no meio do campeonato com o time na liderança; ou assina um pré-contrato com um clube francês e deixa o seu time a ver navios. Existem também aqueles casos em que um bonde chega ao clube, num clima de desconfiança, não consegue acertar uma jogada, a torcida o detesta e eis que ele faz o gol do título mais importante da história do clube. Odiado antes, amado eternamente. O Olimpo dos deuses do futebol é mesmo instável e sem memória, conta só o que o cara faz por último e nada mais, salvo raras exceções.
Tô falando tudo isso pensando nos Rogers, Gabirus, Aíltons, mas principalmente no Ronaldinho. Vocês já notaram quantos jogos como o de ontem ele jogou nos últimos tempos? Clima tenso, torcida vaiando sempre que ele pega na bola, e tudo porque ele não sabe administrar a sua carreira (esportivamente, não financeiramente). Faz com que a última impressão da galera seja horrível. Em dois dos grandes clubes do país ele não pode pisar. E a torcida do Galo que se cuide, porque ele tem tudo para criar mais um ambiente desfavorável contra si.
Uma pena. Jogador com o talento que ele tem, devia ser aplaudido de pé pelas torcidas dos clubes onde passou. (veja a matéria do globoesporte.com sobre o seu aproveitamento em jogos contra seus ex-clubes: http://tinyurl.com/9vrk2yb). Tudo bem que ele não ganhou nada relevante, mas suas jogadas geniais ficaram gravadas na memória dos torcedores de Grêmio e Flamengo. Só que a última impressão que ele deixou destruiu qualquer resquício de gratidão que algum gremista ou flamenguista pudesse ter. Uma pena.
Falando em última impressão, o Grêmio como um todo me deixou uma bem marcante na noite de ontem, depois da grande vitória contra o Barcelona de Guayaquil: fiquei com a impressão de já ter visto aquilo antes. Depois de muito matutar, lembrei da Libertadores de 95, quando jogamos contra o El Nacional no Equador e vencemos por 2 x 1: não jogamos bem, nosso goleiro defendeu bolas fantásticas e vencemos o jogo na raça e na vontade. Não tô comparando os times, nem os jogadores, e nem dizendo que vamos ser campeões como em 95. Mas que a última impressão do Grêmio de ontem me lembrou do Grêmio copero e vencedor, ah, isso lembrou!
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