Saudade: da Ponte, das emoções, e Delle, claro!
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Saudade: da Ponte, das emoções, e Delle, claro!



Amigos pontepretanos, que saudade! Muitos imponderáveis me impediram de acompanhar a Macaca no Paulistão, a não ser torcendo à distância, pela internet, e lamentando a eliminação para o Santos. Mas ontem, finalmente, consegui assistir a uma partida desse time pelo qual tanto simpatizo e vivi emoções incríveis no ano passado.

Antes de falar sobre o jogo, deixa eu fazer uma referência obrigatória, e talvez um tanto batida: claro, estou me referindo à grande perda que tivemos no final de semana, o mestre Luciano do Valle.

A infância de um menino apaixonado por esporte não poderia ter maior influência do que a dele: era ouvindo a sua voz que eu acompanhava as mais diversas transmissões, seja de futebol, vôlei, basquete, Fórmula Indy ou até sinuca (sim, eu assistia!). Sinceramente não me lembrava que ele era pontepretano, então imagino o quanto deve ter doído perdê-lo. Ele se foi antes da Copa no Brasil, e antes de ver sua Macaca ganhar um título importante, lamentavelmente.

Com as camisas pretas, minhas preferidas, trazendo a mensagem #LUTO LUCIANO DO VALLE, a Ponte adentrou no gramado do Durival Britto, em Curitiba, para enfrentar o Paraná, partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil. Foi estranho ver de novo um estádio que foi a vista da minha janela durante quase uma semana que passei em Curitiba este mês.


Na escalação, tive uma alegria: ver o nome de Edno, jogador que, há algumas temporadas atrás, era um sonho de consumo daqueles mais possíveis. Mal sabia eu que minha alegria seria revertida em aflição e um pouco de raiva.

O primeiro tempo foi alguma coisa perto do pavoroso. A zaga da Ponte, principalmente através de César, era insegura, e só não prejudicou o time porque o Paraná não conseguia criar nada de interessante. Os três volantes da Macaca estavam bem postados, porém muito recuados, o que resultava num jogo de posse do Paraná, mas sem nenhuma profundidade. No ataque, as principais jogadas eram através da esquerda com Magal. Adrianinho errava tudo pelo meio, e no intervalo, conversando com alguns pontepretanos na internet, decretei: "se o Adrianinho acertar alguma coisa, vai ser massa!".

E ele acertou. No segundo tempo, o lado direito também passou a ser utilizado, e logo aos seis minutos, numa jogada de ultrapassagem, a bola chegou em Daniel Borges, que cruzou para a área. O zagueiro Brinner não conseguiu afastar, ela sobrou para Alexandro, que rolou para Adrianinho de canhota fazer 1 x 0. Era ele acertando, para delírio de alguns torcedores da Ponte presentes na capital paranaense (alguma dúvida quanto ao amor de dedicação dessa maravilhosa torcida?).

Os três volantes agora ocupavam uma faixa mais adiantada no gramado, Adrianinho conseguia conectar bons passes, as jogadas variavam dos dois lados, e a posse de bola ficou equilibrada. O Paraná tentava se fechar e sair para o contra-ataque, mas não encontrava espaços. A impressão que dava era de que a Ponte faria o segundo gol e resolveria o confronto.

Essa sensação durou pouco: o Paraná retomou o controle da partida e obrigou o time de Dado Cavalcanti a recuar novamente. A marcação individual dava mostras de cansaço, e os paranistas levavam perigo à meta defendida por Roberto. Aos 22 minutos, num escanteio cobrado por Lúcio Flávio, o zagueiro Anderson Rosa empatou a partida. 

Depois do gol, o jogo voltou a ficar equilibrado em termos de posse de bola, mas sem grandes chances criadas. O gol da Ponte até podia ter acontecido, não fosse o desperdício de uma chance incrível por parte de Edno, que recebeu sozinho na cara do goleiro e, ao invés de rolar para o lado onde tinha um companheiro livre, preferiu tentar o chute, em cima do goleiro Marcos.

Assim, o jogo chegou ao seu final com um resultado que, se não foi maravilhoso para a Macaca, foi importante. No jogo de volta, dia 6 de maio, um empate em 0 x 0 basta para passar de fase e aguardar o vencedor de Vasco x Treze. O que me dá esperanças é o comportamento dos jogadores: no primeiro tempo, por exemplo, em nenhum momento o goleiro Roberto fez cera, demonstrando que a vontade era de ganhar.

Depois da Copa Sul-Americana do ano passado, quem sabe essa Copa do Brasil não seja a nova versão de uma façanha pontepretana, e que dessa vez termine com o tão ansiado título? Seria um belo presente para um certo narrador que lá do Céu torce pela sua Macaca... 
 



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