Do que um clube precisa
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Do que um clube precisa



Para se manter ativo, sobrepujando as marcas do tempo e os fatos da história, um clube de futebol precisa de uma série de coisas.

Primeiro, precisa de memória. Não só as memórias de títulos, mas de grandes batalhas, memórias afetivas de situações inesquecíveis, dentro da ótica de quem as viveu, dentro ou fora de campo (tema desse post aqui). Claro que se essa memória for permeada por conquistas, tanto mais fácil será o caminho da consolidação do clube.

A memória leva à construção de símbolos, que são os elos de ligação entre as memórias e os nossos próximos itens. Os símbolos inspiram, contam histórias, mantém viva a marca impressa por aquele clube.

Depois, precisa de paixão, combustível primordial para manter acesa a chama do clube durante os anos de sua existência. Essa paixão desperta o interesse, que leva às ações que mantém o clube vivo.

Por fim, precisa de gente. Gente que tenha memória, que seja ou ajude a construir símbolos, e que acima de tudo tenha paixão por aquelas cores em que milita. Mas não só isso: gente que junte tudo isso em torno de suas ações, que tira as ideias do papel, que faz as coisas acontecerem. São essas pessoas que movem o clube e que permitem que ele continue vivo, ainda que ele não esteja em funcionamento pleno.

Pensei em tudo isso na terça-feira, quando participei da 2ª Confraria Capilé em São Leopoldo. Fiquei pensando em como um clube que permaneceu fechado durante tanto tempo tem uma capacidade de convocação tão magnética e envolvente quanto o Aimoré. Mais de 100 pessoas passaram por lá, numa inequívoca manifestação de amor a um clube de futebol.

Mas não é só amor: são as memórias, principalmente da batalha da Segunda Divisão, que redundou no primeiro título profissional da história do clube; são os símbolos, como o capitão Luís Henrique, o homem que levantou a taça e não só isso, que se tornou o emblema da história do Aimoré; é a torcida Los Reyes del Barrio, que já se tornou um emblema da força da paixão aimoresista, apoiando incondicionalmente o time aonde quer que ele jogue.

É a paixão por essas cores, por esse estádio, por esse clube. E fundamentalmente, são as pessoas, desde os fundadores, passando pelos diretores e torcedores do clube, quem mantiveram a chama Capilé viva, mesmo depois de ter passado por um longo período fechado. Foi a paixão dessa gente que fez do Aimoré um clube de primeira divisão, depois de ter caído para a terceirona. Foram as realizações dessa gente apaixonada que fez com que a roda girasse e o Índio se mantivesse altivo, disputando com força todas as competições em que entra, ainda quando um Márcio Chagas atrapalha os planos de conquistas.

Por essas e outras, são noites como aquela que me fazem ter a certeza de que essa história está muito longe de chegar ao fim; e mais do que isso, a convicção de que muitas páginas gloriosas serão escritas, fazendo girar a roda do círculo virtuoso, criando novas memórias, construindo novos símbolos, atraindo mais gente, e, acima de tudo, aumentando ainda mais essa paixão.

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