A amizade é tudo
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A amizade é tudo





Uma das coisas mais bonitas do carnaval (ao menos o de Porto Alegre) são as amizades que ele proporciona. Vejo muita gente de escolas diferentes reverenciando publicamente outras, pessoas se ajudando mutuamente em momentos de dificuldades, um sentimento de irmandade, carinho e respeito que dificilmente se vê em outro meio. Evidente que existem inimizades e decepções, mas nesses 13 anos em que acompanho o carnaval me deparei com um número bem maior de manisfestações de amizade do que do contrário.

Particularmente, além de me proporcionar grandes emoções, o carnaval me deu alguns excelentes amigos, daqueles de levar para a vida toda e ter uma relação bacana "fora do enredo". A família Pereira, formada pelo Mestre Nilton, a Jussara, a Cris e a Liliane são um grande exemplo disso. Tenho também a sorte de poder chamar de amigo aquele que é meu ídolo, Alexandre Belo. Isso sem contar aqueles parceiros de resenhas nos ensaios, muambas e desfiles por aí. Mas tem uma pessoa que faz parte da minha vida e que não me canso de admirar e querer bem. Diretamente de Gravataí, tenho a grande alegria e satisfação de ter um cara como o Rudi dentro do meu círculo de amizades.

Nos conhecemos em 2002, quando ele fazia parte da harmonia de Alexandre Belo na Vila do Iapi. Algumas caronas até a estação de trem foram responsáveis por sacramentar uma simpatia mútua que tivemos, e logo nos tornamos amigos. 

No ano seguinte, ele assumiu o posto de intérprete da escola, e pela primeira vez na vida eu participei de um desfile. O enredo era sobre magia, e eu desfilei justamente de mágico. Quem gosta de carnaval certamente lembra com carinho de sua estreia na avenida, e comigo não é diferente. Ainda mais porque antes de entrar na avenida, experimentei um momento especial: percorremos, o Rudi e eu, toda a concentração com a escola já montada; me lembro até hoje de seus olhos marejados de lágrimas, repetindo que "a escola está linda". Eu, que estava um pouco nervoso pela estreia, logo me motivei e saí na avenida igualmente emocionado.

Em 2004 ele permaneceu na Vila do Iapi e eu ia em praticamente todos os ensaios. Não cheguei a desfilar nesse ano, mas igualmente tenho uma recordação muito bacana: como eu morava bem próximo da quadra, algumas vezes o Rudi ficava na minha casa, especialmente em ocasiões como gravação do clipe oficial, por vezes marcada para às 6 da manhã. As nossas conversas versavam sobre carnaval, obviamente, mas também eram recheadas de histórias e passagens de nossas vidas, aquelas que só se conta para os amigos. E foi exatamente isso que nós nos tornamos: amigos de verdade. Meu orgulho ao lembrar que nesse ano, contando a vida de Luiz Coronel, a União da Vila do Iapi conquistou a sua melhor colocação no Grupo Especial: um vice-campeonato muito comemorado. Na festa após o encerramento, uma homenagem muito bacana a mim e à minha mãe feita por ele, daquele jeito espontâneo e verdadeiro que lhe é característico.

De lá para cá ele saiu da Vila do Iapi, andou por Bambas, Imperatriz Leopoldense e Acadêmicos de Gravataí (perdão se esqueci de alguma escola). Nossos encontros se tornaram menos frequentes, mas a cada oportunidade que tínhamos, reafirmávamos todo aquele carinho que havia sido cultivado. Acompanhei ensaios de cima do palco, fui até o Porto Seco para ver a sua escola no Grupo de Acesso, quase desfilei com a harmonia sem saber cantar ou tocar uma só nota; tudo isso fazia parte do contexto da nossa amizade, do querer bem recíproco que sempre imperou na nossa relação.

Sexta passada, fui ver a Vila Isabel na quadra da Acadêmicos de Gravataí. A minha escola desceu a Borges, se apresentou na Imperadores, mas eu escolhi ir até Gravataí rever alguém muito especial. E não me decepcionei. A minha Vila Isabel quebrou tudo por lá, apesar de estar sem a presença do meu ídolo, e pude reencontrar meu grande amigo Rudi. De quebra, presenciei um belíssimo ensaio da Acadêmicos, com direito à subida no palco para tirar fotos com a maravilhosa harmonia de Lu Astral e, claro, do meu irmão Rudi.



Ontem, a visita foi retribuída. "O Cara" quebrou tudo no ensaio na Vila Isabel, e mesmo cantando sozinho uma boa parte da apresentação, esbanjou energia e simpatia, em mais uma grande apresentação da Acadêmicos de Gravataí. Depois ainda tivemos a confirmação de que a Vila Isabel é sim uma das grandes candidatas ao título, mas isso é papo pra outro post.

Mais além de títulos, ensaios, desfiles, o que fica de verdade são as amizades que conquistamos. E tenho a sorte de chamar de amigo um cara tão bacana e tão verdadeiro que nem o Rudi. No fim das contas, a amizade é tudo.

"Um sentimento natural
Que acontece com razão
É Deus quem escolhe
Quem vai se dar bem"




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