Futebol
OS GOLEIROS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Capucho
Quando eu estava realizando uma nova pesquisa, com a finalidade de preparar matéria sobre a carreira de determinado jogador do futebol brasiliense, por acaso, um goleiro, surgiu essa dúvida na minha cabeça: acho que eu deveria dar maior destaque aos goleiros! Acho que os goleiros merecem uma seção só para eles!
Não à toa, os goleiros tiveram maior reconhecimento no livro GOLEIROS - HERÓIS E ANTI-HERÓIS DA CAMISA 1, lançado em 2006.
Não à toa, os goleiros tem seu dia, comemorado em 26 de abril.
Não à toa, o ditado do futebol não cansa de afirmar: ?um grande time começa por um grande goleiro?.
No dia 27 de abril de 2015, o blog prestou uma homenagem aos goleiros do futebol brasiliense na forma de uma relação de todos os goleiros que conquistaram título no campeonato do DF, de 1959 até 2014. Foi nessa relação que percebemos o grande número de goleiros que fizeram parte da história do futebol brasiliense e, por isso mesmo, passaram a merecer, a partir desse mês, uma seção só para eles.
Estamos começando essa nova seção contando um pouco da carreira de Capucho. Confiram!
Antônio Reis Guedes Capucho é natural de Belém, Pará, onde nasceu em 6 de janeiro de 1962.
Com cinco anos de idade mudou para Marabá, onde ficou até os 12 anos.
De lá veio para Sobradinho. Aqui começou a jogar futebol, aos 15 anos, defendendo o gol do time infantil do Guarani.
Com 17 anos, foi titular absoluto da primeira seleção amadora de Sobradinho, formada pela Associação Sobradinhense de Desportos em 1979.
No ano seguinte teve uma rápida passagem pelos juniores do Brasília e se transferiu para o Tiradentes, onde, em 1982, sagrou-se campeão brasiliense da categoria de juniores, ao superar na final o Brasília que tinha entre seus jogadores Iranil, Bolão e Santos, entre outros.
A equipe que empatou com o Brasília no segundo jogo da final, no dia 15 de setembro de 1982, era formada por Capucho, Capone, Sérgio Pereira, Sérgio Carvalho e Paulo César; Oscar, Abel e Adauto; Rossini, João Paulo e Freitas. Técnico: Hernani Rodrigues.
Quebrou a perna em 1983 e ficou de seis a sete meses parado.
Em 1984 voltou para o Estado do Pará, onde foi vice-campeão amador na equipe do Grêmio Esportivo Tocantins, de Marabá.
Ainda nessa cidade paraense foi vice-campeão amador na equipe da ACROB - Associação Cultural Recreativa Operário Beneficente, em 1985.
Durante esses dois anos que esteve no Pará, foi o goleiro titular da Seleção de Marabá no Campeonato Intermunicipal. Outra boa recordação de Capucho nesses dois anos foi um amistoso em que jogou ao lado do craque Roberto Rivelino, contra a Seleção de Araguaína.
O seu primeiro contrato profissional aconteceu em 1986, na equipe do Radium, da cidade de Mococa, São Paulo.
Em 1987 disputou a 2ª Divisão no Estado de São Paulo pela equipe do Garça.
Voltando para Brasília em 1988, foi vice-campeão brasiliense pelo Guará e disputou a Série C do Campeonato Brasileiro de 1988 pelo Tiradentes.
Em 1989, Capucho voltou ao futebol paraense disputando a primeira divisão do Estado pelo Vila Nova, da cidade de Castanhal.
Sua atuação diante do Paysandu, em 6 de agosto de 1989, mereceu a primeira página do jornal O Liberal do dia seguinte.
Retornando para o DF, de 1990 a 1993 defendeu as cores do Planaltina E. C.
No campeonato de 1993 foi considerado pela imprensa esportiva o melhor goleiro da competição. Também foi indicado pela Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos - ABCD para concorrer ao Troféu ?ABCD - Os Melhores do Esporte? como um dos destaques do esporte do Distrito Federal nesse ano. No FUTEBOL, Capucho foi um dos sete indicados (o vencedor foi Ésio, do Gama).
Em 1994, na equipe do Tiradentes, disputou o campeonato brasiliense e a Série B do Campeonato Brasileiro.
Uma das partidas que Capucho mais recebeu elogios por sua bela atuação aconteceu em 29 de setembro de 1994, quando, em pleno Moisés Lucarelli, em Campinas, segurou o ataque da Ponte Preta, fazendo com que o placar do jogo terminasse 0 x 0.
Retornou ao Planaltina em 1995, por onde disputou o campeonato brasiliense desse ano.
Foi o goleiro do Planaltina no dia 13 de agosto de 1995, dia em que o poderoso Atlético Mineiro foi derrotado por 3 x 2, no Estádio Adonir Guimarães, com dois gols de Bazé e um de Edi Carlos. Esse time do Planaltina formou com Capucho (Neneca), Avelino (Viana), Joel, Tita e Edinho (Marquinhos); Edi Carlos, Serginho, Bazé e Zé Carlos (Adilson); Gil e Toni (Zequinha). Técnico: Bira de Oliveira. Ainda chegou a disputar, pelo Planaltina, a Série C do Campeonato Brasileiro.
Capucho quase não jogou bola em 1996. Estava cumprindo suspensão por agressão ao árbitro Jorge Paulo Gomes no jogo válido pelas semifinais do campeonato do ano anterior, Gama x Planaltina, no Bezerrão, no dia 20 de setembro de 1995.
Sete meses depois dessa agressão e de ter cumprido suspensão imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Brasiliense de Futebol, voltou aos campos de futebol defendendo o Comercial, do Núcleo Bandeirante, no dia 21 de abril de 1996. No mês seguinte, foi surpreendido com mais uma punição, desta vez da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que suspendeu o jogador por mais 60 dias.
Em 1997 disputou o Campeonato Brasiliense pelo Planaltina e em 1998, dez dias antes do início da temporada na equipe do Sobradinho, fraturou o tornozelo numa pelada na casa de um amigo e ficou um bom tempo parado. Teve uma rápida recuperação e voltou a jogar na equipe do Planaltina, já no segundo turno do campeonato brasiliense, quando jogou cinco partidas, não a tempo de evitar o rebaixamento da equipe para a Segunda Divisão.
Foi para o Taguatinga E. C. em 1999, conquistando novamente a premiação de melhor goleiro da temporada, em votação realizada pelo jornal Correio Braziliense entre os técnicos das dez equipes que participaram do campeonato brasiliense desse ano.
No segundo semestre de 1999, foi o goleiro do Comercial, do Núcleo Bandeirante, no campeonato brasiliense da Segunda Divisão, ajudando a equipe a subir para a Primeira no ano seguinte.
Em 2000, transferiu-se para o Planaltina (GO), onde disputou a 2ª Divisão de Goiás e encerrou a carreira aos 38 anos de idade.
Em 2006, com 44 anos de idade, talvez tenha se transformado no jogador mais velho em atividade no futebol brasileiro, ao assinar contrato para defender o Sobradinho E. C. na Segunda Divisão do DF, a convite do presidente do clube Manoelzinho. Disputou poucos jogos pelo campeonato brasiliense daquele ano e logo decidiu que iria parar de vez.
Em 2007 foi campeão amador de Sobradinho, pela equipe do Sobradinhense.
Antônio Reis Guedes Capucho é brigadista no Supremo Tribunal Federal e continua jogando a sua bola no futebol amador, principalmente no Minas-Brasília Tênis Clube, onde defende o gol do Estrela, e no América, de Sobradinho, abrilhantando as categorias Veterano, Master e Super Master.
Aos 53 anos de idade, o goleiro Capucho ainda é pretendido por muitas equipes do futebol amador do DF, categorias Veterano, Master e Super-Master locais.
Curiosidade:
Quando na ativa, Capucho era chamado de ?Chilavert do Planalto?. Em sua carreira, marcou sete gols, sendo dois de falta e cinco de pênalti.
Seu primeiro gol aconteceu em 13 de julho de 1997, na derrota de 2 x 1 para o Brasília, jogo válido pelo Campeonato Brasiliense, cobrando falta.
ACERVO ICONOGRÁFICO
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