Futebol
O meu maior ídolo no Aimoré
Para os mais antigos, esse post talvez sofrerá de falta de adequação. Explico: estive presente ontem em mais uma Confraria Índio Capilé, que trouxe como homenageados o Gílson Dias, preparador de goleiros do Aimoré; o Carlos, lateral-esquerdo vice-campeão gaúcho em 1959 pelo clube; Lucas Silva, artilheiro índio na conquista da Segunda Divisão; e a Tia Alaídes, uma pessoa incrível de 90 anos que tem a sua história de vida misturada com a história do Clube Esportivo Aimoré.
Embora tenha me emocionado com as palavras do senhor que anunciou a homenagem à Tia Alaídes (começa aí minha inadequação, não conhecer as pessoas que fazem parte da Confraria), meu grande momento de emoção foi mesmo com o Lucas Silva. Tanto que a minha vontade era ter falado algumas palavras lá na frente, mas achei que não teria contexto depois da justa aclamação da Tia Alaídes.
Antes de falar do Lucas então, queria deixar aqui meu sincero abraço e reconhecimento aos homenageados. Desculpem não conhecer suas histórias a fundo, mas tenham a certeza do meu profundo respeito às suas trajetórias no Aimoré.
Poucos jogadores adquirem status de ídolos nos clubes pode onde passam. Raros entendem a real dimensão dessa idolatria, o que eles podem representar na vida de quem os idolatra.
Meu maior ídolo no Aimoré é o Lucas Silva. Nem vou discutir se ele é maior ou menor do que outros ídolos que temos, porque entendo ser esta uma questão muito particular. No meu caso, além de ele ser grande jogador, fazer muitos gols e jogar numa posição que admiro muito, tenho duas histórias que me ligam emocionalmente a ele e ao clube.
A primeira delas aconteceu no último dia 26 de fevereiro. Era véspera do meu aniversário, contrariei a chuva e os afazeres diversos que tinha em Porto Alegre para me deslocar até o Cristo Rei; o último jogo dos meus 31 anos teria que ser do Aimoré. Naquele dia, o Lucas me deu um dos mais emocionantes presentes de aniversário que recebi, na forma de um gol agônico, o da vitória depois de ter sofrido um empate aos 47 do segundo tempo.
Mas a história mais marcante, aquela que me faz eleger Lucas como o meu principal ídolo no Aimoré, envolve uma das pessoas mais importantes da minha vida (se não for a mais), o meu sobrinho Nicholas, hoje com 17 anos.
Sua estreia no Cristo Rei foi naquele jogo pavoroso contra o Panambi, quando fomos eliminados em casa. Depois disso, o levei na estreia da Segunda Divisão, um jogo contra o Nova Prata, num sábado à tarde.
O jogo estava truncado, 0x0, o time visitante começava a ameaçar o gol índio, e, depois de uma bola na trave do Pitol, meu sobrinho, olhando pro nada, me disse, resoluto: "Não me traz mais aqui; dou azar para o teu time". Fiquei mudo com aquelas palavras: meus olhos umedeceram, meu coração estremeceu. Não sabia se ficava brabo com o time, se dizia para ele não se abater, "que futebol é assim mesmo, a competição tá recém começando, blá blá blá"; na dúvida, fiquei quieto, e comecei a rezar para que o Aimoré vencesse. Não por mim, mas por ele e por essa relação que eu buscava construir.
Aí, Lukinhas entra no jogo, faz uma jogada pela direita e o Lucas Silva completa para as redes. Nunca vou esquecer a comemoração emocionada e aliviada do meu sobrinho, num abraço que ficou para a história. No fim do jogo, vitória do Aimoré, ele me diz, sorridente: "gostei de vir aqui, quero voltar mais vezes".
Ele não só voltou, como se tornou, junto com a minha namorada Fernanda, meu fiel companheiro de jogos com chuva, com sol, ou sob quaisquer condições. Muito dessa relação se deve ao gol do Lucas Silva; o meu ídolo ajudou a construir uma relação que é fundamental na minha vida, e é isso que eu quero dizer quando falo que nem sempre os ídolos tem noção da proporção dos seus atos em campo.
Obrigado Lucas Silva, espero te ver de novo com essa camisa que tanto amo! Nesse meio tempo, estarei sempre torcendo por ti...
Crédito da foto: Adílson Albanaz
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