ENTREVISTA COMPORTAMENTAL - Rodrigão
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ENTREVISTA COMPORTAMENTAL - Rodrigão



A segunda edição do Entrevista Comportamental traz o centroavante Rodrigão, que está se despedindo do Aimoré:

Como surgiu o convite para jogar no Aimoré? 
O convite foi feito pelo Arthur Ruschel, que era o nosso preparador físico. Eu o conheci em 2010, quando eu estava me tratando de uma lesão que tive, no tendão de Aquiles, lá no Corinthians, durante o tratamento.

O que o motivou a aceitar esse desafio?
Eu tinha algumas propostas para jogar a 1ª divisão do mineiro e do carioca, mas o fato de poder conseguir um acesso, coisa que não tenho na minha carreira, me motivou a vir jogar no Aimoré. Também ajudou o fato de eu poder ficar perto do meu filho, que mora em Porto Alegre, o que é muito importante para mim, pois a minha carreira nunca me permitiu ter essa proximidade com ele. Por tudo isso, aceitei o desafio e fui muito bem recebido pela torcida, dirigentes, jogadores e comissão técnica, e sempre procurei dar o meu melhor.

Conta para nós como foi a tua saída do clube?
Não acho justo estar em um clube sem estar trabalhando; quando eu me lesionei, sabia que não era uma lesão simples, e como sei das dificuldades do presidente e do corpo diretivo para conseguir manter os salários de todos em dia, abri mão por decisão minha do que eu tinha para receber do clube a partir do momento que me lesionei. Vou estar sempre à disposição da instituição para ajudar no que for preciso futuramente.

Qual a tua ideia em termos de aposentadoria? Com a bola que tu estás jogando, ainda é cedo pra pensar em parar, certo?
Obrigado! Então, meu planejamento é ainda jogar por mais uns dois anos. Com a idade que tenho, um dos fatores que mais desmotivam um atleta são as lesões. Em 2010, eu tive a mais grave da minha carreira, um rompimento no tendão de Aquiles; ali, eu pensei em abandonar o futebol. Mas quando me recuperei, fui jogar no Jabaquara, uma equipe de menor expressão de Santos, e fiz 11 gols em 12 jogos. Isso te motiva a seguir jogando.

Mesmo caso de gols e partidas memoráveis, como a da estréia contra o Ipiranga, que inclusive rendeu um post do blog que tinha como título: Diferenciado
Agradeço novamente! Sem dúvida essas são coisas que te motivam a seguir com o futebol, embora também existam situações de vestiário que chateiam um atleta que sempre adotou uma postura profissional. Sempre cobro isso de todos, porque hoje não há mais espaço para um pensamento diferente, é preciso além de ser atleta, ter caráter. Inclusive, vejo na figura do Felipe, e do André também, pessoas de bom caráter e tive essa prova desde que cheguei ao clube. Isso me motiva a estar próximo do Aimoré numa futura parceria, seja dentro ou fora de campo, dentro daquilo que for melhor para ajudá-lo. Quando encontramos pessoas do bem, o desejo é o de estar o próximo delas.

Fala um pouco da tua vida cotidiana, está morando em Porto Alegre ou São Leopoldo?
Estou morando em São Leopoldo, uma cidade fantástica que me acolheu da melhor maneira possível, a cidade e seu povo me abraçaram e eu adorei ficar aqui durante esse tempo. Nas folgas, pegava a BR e ia ver o meu filho Rodrigo, fruto de um relacionamento de 6 anos que tive quando passei pelo Inter. Vou sentir muita falta disso, não consigo te explicar o sentimento de tristeza quando me lesionei, o apoio dos torcedores, enfim. Por ter família gaúcha, já gostava do Rio Grande do Sul e saio gostando ainda mais.

Rodrigão, conta para nós o que aconteceu quando houve a notícia de que ia sair do Aimoré, antes de começar o campeonato. Foi um problema com a comissão técnica?
Então, me foi passado por pessoas diferentes que o treinador tinha dúvidas não só quanto ao meu futebol, mas também com relação ao meu caráter. Não tolero injustiças e inverdades, fiquei muito chateado e pedi para rescindir meu contrato. Mas conversamos, resolvemos tudo, talvez eu devesse ter ido conversar com ele antes falar sobre isso na imprensa, mas são situações que acontecem e que nos ensinam a ser melhor no dia a dia. Posso ser cobrado por gols, por atuações, mas por caráter eu não aceito, até por ter uma imagem a zelar e nunca ter tido problemas na minha carreira em relação a isso.

Questões comportamentais de vestiário como essa podem ter sido responsáveis pela queda de rendimento do Aimoré no 1º turno?
Acho que não, talvez tenha sido uma coincidência. A derrota fora de casa que sofremos na segunda partida, de virada, acabou nos abatendo e nunca mais conseguimos retomar o caminho das vitórias. Mas acho que foram aspectos de dentro de campo mesmo, foi uma coincidência.

Quais as mudanças que o Ben Hur Pereira trouxe ao grupo?
Olha, eu não conhecia de perto o trabalho do Ben Hur, mas ele trouxe mudanças não só táticas, mas deu uma moral para o grupo. Algumas atitudes que ele teve me fizeram admirá-lo e muito, além de ser um cara totalmente do bem, e tenho certeza de que ele irá longe como técnico.

Achas que é possível conseguir o acesso?
Sim, e muito. Desde que cheguei, tenho essa confiança de que vamos conseguir o acesso. Com todo o respeito às demais equipes, vejo uma ou duas do mesmo nível ou melhores. E como são três que sobem, estamos no páreo sim. Embora essa questão de ter a melhor equipe no futebol seja muito relativa, e tenho certeza que tem muitos times aí que têm condições de subir, e vão brigar até o final.

Falando um pouquinho de Seleção. Qual o teu camisa 9 para a Copa do Mundo?
Hoje acho que o Fred tá um passo à frente dos outros. Se superar os problemas de lesão, vai chegar com tudo, sempre que se precisa ele faz os gols necessários. Temos Neymar e Lucas, um bom time, e acredito que vamos fazer um bom papel na Copa.

Fale um pouco sobre o teu relacionamento com a Hortência
A Hortência é uma das pessoas mais importantes da minha carreira, me ajudou muito em todos os aspectos da minha vida, especialmente no sentido de atleta. Através da experiência dela, de ter sido a melhor da sua modalidade e de sempre ter sido uma grande atleta, pude aprender muito e me tornei um atleta e uma pessoa melhor. Hoje não estamos mais juntos, mas mantemos uma relação excelente e seguimos nos vendo, pois somos muito amigos.

Teu time do coração quando criança?
Quando criança, Santos. Hoje tenho uma admiração pelos clubes por onde passei que me trataram bem, e com certeza saio daqui com o Aimoré como um dos clubes do meu coração.

(Passa a galera do Los Reyes batucando) Essa batucada ajuda muito dentro de campo, né?
Ajuda demais, principalmente quando as coisas não vão bem dentro de campo. Isso nos fortalece para buscarmos os resultados, é muito importante para nós.

Uma mensagem final para a torcida do Aimoré
Gostaria de agradecer o carinho, pela forma como me receberam, como me acolheram, me abraçaram, a cidade, os torcedores. Meu ciclo com o Aimoré não se encerrou, ainda quero voltar e ajudar dentro de campo. Peço que os torcedores compareçam, acreditem e ajudem o time nas horas difíceis. Como o time está em ascensão, que os torcedores compareçam em grande número ao Cristo Rei, apóiem e estejam junto com o clube.

Obrigado Rodrigão, te esperamos pro Gauchão do ano que vem.



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