Das coisas que não tem preço
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Das coisas que não tem preço



Perdoem o clichê, mas vou ter que me valer do princípio marqueteiro que ficou famoso através da Mastercard: existem coisas que não tem preço. A vitória da Macaca ontem sobre o Vélez Sarsfield, em pleno José Amalfitani em Buenos Aires, certamente foi uma delas.

Cada um dos muitos pontepretanos que viajaram para a Argentina para presenciar esse momento histórico teve um custo de ?x? reais para fazer a sua viagem; mas o valor real dessa epopéia está longe de ser medido em qualquer outra moeda que não seja a do amor incondicional.

Claro, porque agora parece lógico, mas imagina antes do jogo tomar a decisão de ir até a Argentina, sob o ponto de vista do favoritismo? Depois do bom jogo de ida, a mídia era unânime em apontar a ampla vantagem do Vélez em decidir a vaga em casa. Aliás, manifestei no último texto minha contrariedade quanto à aspereza das análises, que catalogavam a atuação da Ponte como ?covarde?, mesmo diante de um gigante do futebol argentino e sul-americano. Mas quem disse que o torcedor da Nega Véia dá bola para esse tipo de análise?

E lá foram eles rumo à capital portenha. Invadiram as ruas, pintaram os elegantes cafés bonaerenses de preto e branco, ocuparam à força um lugar que sempre lhes fora negado. Mas esse 2013 veste branco e tem uma faixa preta no peito, e ele reservaria muitas surpresas aos incautos que assistiram à partida de ?sangue doce?, dando como certa a vitória do time da casa.

Após um primeiro tempo equilibrado, com alguma vantagem para El Fortín, aos 3 minutos da segunda etapa vem o gol da Ponte, em contra-ataque magistral puxado por Rildo e Elias; no acabamento da jogada, passe espetacular do primeiro, e o segundo conclui com grande categoria na saída do goleiro.

O goleiro Sosa, aliás, sofreria um grande abalo ao final da partida. Depois de segurar o ímpeto velezano com muita galhardia, eis que surge uma bola metida para Fernando Bob, que ganha do zagueiro e dá um chapéu no goleiro, completando de cabeça o gol que sacramentou a vitória histórica da Ponte.

E é esse momento mágico que não tem preço; imagino o desafogo, a vontade com que cada pontepretano gritou o gol. Os que estavam na Argentina, esses viram a sua viagem adquirir um valor histórico e sentimental impossível de ser quantificado; os que estavam em Campinas, ou em outras cidades, sentiram explodir no peito o orgulho de ser da Macaca.

A Ponte copera está nas semifinais da Sul-Americana, e o seu próximo adversário é um velho conhecido, o São Paulo. Mas para chegar a essa condição, foi necessário superar seu primeiro desafio internacional, e depois eliminar um favoritíssimo ao título, em sua própria casa. Um desempenho sensacional, bem longe de um time ?covarde?: uma campanha que não tem preço.

E o mais legal de tudo é que essa história ainda não chegou ao fim: as próximas batalhas pela competição continental e pela fuga do rebaixamento no Brasileiro prometem capítulos de muito heroísmo por parte da Nega Véia. Se depender de Jorginho e seus comandados, outros momentos ?sem preço? virão por aí.

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