Futebol
Brasil 3 x 0 Japão - Contra as vaias, rapidez
Em muitas das análises da estreia do Brasil na Copa das Confederações, na vitória de 3 x 0 contra o Japão, pontuavam algumas expressões como "foi econômico", "deu pro gasto" e "jogou o suficiente". Até concordo. Mas pra mim, o maior destaque da vitória brasileira foi o uso da rapidez para evitar as vaias programadas da torcida em Brasília. Ou ainda, como o Brasil fez o certo na hora certa e trouxe a galera para o seu lado.
Com três minutos de jogo, antes mesmo que os presentes no estádio Mané Garrincha passassem a apupar os jogadores do time canarinho, Neymar, um dos mais questionados pelo povo, acertou um chutaço na gaveta, de fora da área, e abriu o marcador.
A partir dali, um Brasil solto, com grande movimentação de Hulk e Oscar, dribles e boas jogadas de Neymar, os avanços de Marcelo e o posicionamento sempre certeiro de Fred foram responsáveis por criar boas chances. Só que o primeiro tempo terminou 1 x 0, e a galera já começava a se impacientar.
Na abertura do segundo tempo, Daniel Alves cruza para Paulinho, que domina e chuta forte, sem chances para o arqueiro nipônico, fazendo 2 x 0 e trazendo novamente a torcida para o seu lado.
A partir do gol, o Brasil passou a jogar de forma tranquila, retendo a bola e partindo para eventuais contra-ataques. A galera começou a pedir por Lucas, querendo mais velocidade do time, e foi atendida: aos 28 minutos, ele entra no lugar de Neymar, cansado e dolorido, que recebe merecidos aplausos. Em seguida, Hulk sai igualmente aplaudido para a entrada de Hernanes, que deu maior consistência ao meio de campo.
Mas o Brasil não conseguiu fazer mais gols e nem criar grandes chances. Quando a torcida novamente ameaçava se impacientar após ter se divertido gritando "olé" no toque de bola brasileiro, Felipão coloca Jô no lugar de Fred.
Aos 48 minutos, para não deixar a torcida ir embora decepcionada, Oscar mete uma bola milimétrica para Jô, que bate com categoria na saída do goleiro, dando números finais ao placar.
Esse é um típico time de Felipão: joga pro gasto, não esbanja, faz o necessário para ganhar os jogos. Se não é aquele estilo vistoso que a torcida sonha em ver, uma coisa é certa: são times que costumam chegar longe, a exemplo de 2002. Além do que, num time organizado, as chances de as individualidades aparecem e resolverem são maiores.
Nessa toada, o Brasil se prepara agora para tentar "rasgar" a sua touca, na quarta-feira contra o México, em Fortaleza. Não esperem um jogo bonito e voluptuoso, mas temos todas as condições de conseguir uma rara vitória contra o
Tri.
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