A volta do Grêmio violento
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A volta do Grêmio violento



Sexta-feira à noite eu assistia ao programa Linha de Passe, da ESPN. Ali, os debatedores falavam sobre o jogo entre Cruzeiro x Grêmio; José Trajano, famoso chato, criticou bastante a postura do time de Felipão. Imediatamente lembrei dos anos 90, onde no programa Cartão Verde, da TV Cultura, o mesmo José Trajano, junto com Flávio Prado, Juca Kfouri e o falecido anti gremista Armando Nogueira não poupavam críticas ao "time mais violento do Brasil", um "time de brucutus que praticava o anti futebol", entre outras singelas definições. Sorri.

Nem imaginava que meu sorriso iria aumentar vendo o jogo de ontem. Não só pela vitória em si, importantíssima, mas pela ATITUDE que o time de Felipão demonstrou. Espero há mais de dez anos para ver um Grêmio assim, aguerrido, lutador, que não se intimida e nem leva desaforo pra casa.

Primeiro, o GRANDE acerto de Luiz Felipe ao dar a braçadeira para um cara sanguíneo feito o Rodolfo; por mim, pode procurar agora a diretoria do SPFC e agilizar a troca dele em definitivo pelo Souza. O nosso zagueiro é um chato, reclama com o juiz, peita adversários, impõe respeito, cobra o grupo por gols bobos nas entrevistas. Com essa atitude, está contagiando o restante da equipe: a cada marcação equivocada do juiz, 3 ou 4 no mínimo cobram o árbitro. Gosto muito dessa postura.

Depois teve a discussão entre Fellipe Bastos e Barcos, que me deixou muito satisfeito, por alguns motivos: estava na hora de alguém peitar o argentino e fazê-lo entender que ele é mais um, e não O cara, O líder incontestável; depois, porque foi a demonstração clara da insatisfação gremista com o primeiro tempo ruim, sinal de indignação sadia que há tempos não via no tricolor.

Junte a isso uma bronca bem dada de Felipão no vestiário e pronto: o Grêmio voltou com sangue nos olhos, perigoso, traiçoeiro e disposto a matar, como acabou fazendo nas duas primeiras oportunidades, com dois gols do Barcos. Depois disso, se fechou, lutou, teve chance de matar o jogo, sofreu um gol, mas segurou o resultado. Nesse ínterim, muita discussão, bate-boca, catimba e agressividade: o retrato perfeito de um Grêmio que há muito eu queria ver.

Eu não sei se essa nova cara vai se manter nos próximos jogos, se vamos ganhar alguma coisa, e também sei que só isso não dá títulos; mas é certo que, sem esse sangue nos olhos, JAMAIS se pode erguer uma tacinha que seja. Por isso, tô confiando no trabalho do nosso treinador, ele tem tudo a ver com essa mudança de postura.

"O Grêmio é violento". Que essa frase seja cada vez mais proferida no país inteiro, a música perfeita para os meus ouvidos.

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