Pressão nas alturas
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Pressão nas alturas




"15 x 9. Muito alta para alguém da tua idade". Foi isso o que o médico me falou quando foi tirar minha pressão, num exame de rotina. Para descobrir as causas disso, pediu para eu fazer um "mapa 24 horas", que consiste basicamente em prender um aparelhinho que tira a tua pressão a cada 15 minutos, durante 24 longuíssimas horas. E foi com esse aparelhinho que fui assistir a estreia do Aimoré ontem no Cristo Rei.

Depois de dar algumas explicações aos policiais na entrada, e ouvir brincadeiras dos mesmos de que eu era o homem-bomba, sentei em um lugar onde a distância para o meu companheiro de arquibancada era suficiente para que ele não ouvisse o irritante barulhinho que o aparelho faz.

Ben Hur Pereira mandou o seguinte time para o jogo: Rafael, Alex Herter, Jésum, Luís Henrique e Alex; Luanderson, Evandro, Faísca e Mikael; Japa e Rodrigão. Algumas alterações em relação ao último amistoso: Luanderson substituiu Toto na primeira função do meio e Mikael ganhou a posição de meia de Jean Paulo. Tudo pronto, vamos pro jogo, e o aparelhinho não parava de tirar a minha pressão.

Não sei o que meu médico vai dizer dos picos de pressão que certamente ocorreram durante o primeiro tempo, quando o Aimoré tinha menos posse de bola do que o campeão São Paulo, mas criava boas chances de gol, sem conseguir abrir o placar. O time de Rio Grande, mesmo desfalcado de alguns de seus principais jogadores, tinha a bola por mais tempo e teve duas boas chances: uma cobrança de falta do camisa 7 e uma jogada fantástica do excelente Aylon, que parou em ótima defesa de Rafael.

O Aimoré teve chances principalmente em chutes de fora da área, com Faísca, Rodrigão, Japa (acertando o travessão) e Alex Herter. Este último, aliás, fez a sua estreia como titular e jogou muito, chegando a "entortar" o time para o lado direito. Nossa defesa esteve bem, o ataque perdeu Rodrigão com problema no joelho, mas Maicon Santana deu conta do recado. Na meia cancha, uma partida um pouco mais apagada dos nossos vértices laterais, Evandro e Faísca. Luanderson esteve bem como primeiro volante, mas o destaque do meio foi sem dúvidas o garoto vindo da várzea, Mikael. Ele ditou o ritmo da equipe durante a primeira etapa.

Não por acaso, foi dele a jogada do gol do Índio: com a bola dominada desde a risca divisória do gramado, passou voando pela marcação na direita, foi à linha de fundo e cruzou. Maicon Santana tentou o arremate, não conseguiu, mas deu o passe para o artilheiro Japa, que colocou para o fundo das redes. O gol dava tranquilidade e fazia justiça a um time veloz e contundente no ataque.

Antes de terminar o primeiro tempo, o lateral esquerdo do São Paulo saiu na ambulância, e como só tinha uma, tivemos que esperar que esta retornasse para o jogo reiniciar na segunda etapa. O suplício de estar sentado com aquele aparelho era grande, e começou a me dar vontade de pegar carona na ambulância. Felizmente, logo vieram DUAS ambulâncias e o jogo pôde recomeçar.

Na segunda etapa, o ritmo foi bem menor e meu aparelhinho teve menos trabalho. Jogo mais de meio de campo; o Aimoré tentando achar um contra-ataque para matar o jogo, o São Paulo tentando propor as ações da partida, até que Mikael abre uma bola espetacular na direita, Alex Herter cruza, Maicon Santana domina, toca para Japa, que bate no canto do goleiro para fazer o 2 x 0 e liquidar a fatura. Ele agora é o artilheiro isolado da competição, passando justamente o Aylon.

Foi o típico jogo onde o coletivo ajudou as individualidades a aparecerem e vice-versa. Fruto do trabalho do nosso técnico, da vontade dos jogadores, do empenho da diretoria e, mais importante: da simbiose da torcida com o time. A entrada em campo do Índio foi acompanhada de uma festa sensacional da galera do Los Reyes del Barrio, cada dia maiores e mais animados.



Lembra da pressão e do aparelhinho? Pois é: serão mais 2 jogos em casa, onde temos que lotar o Cristo Rei e empurrar o Índio para mais duas vitórias. Pressão máxima sobre os adversários, e, no meu caso, a real ameaça de ter que precisar do aparelhinho outra vez.



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