Futebol
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Futebol
O índio mais heroico da aldeia
Eu sempre defendi que o principal comportamento de um time vencedor é ser valente. Ser valente, entenda-se, não é sair distribuindo pancadas ou gravatas por aí; mas é lutar em qualquer terreno e sob quaisquer condições, acreditando piamente que é possível sair vencedor em qualquer situação. E foi exatamente isso que o Aimoré demonstrou hoje, na vitória por 1 x 0 no Cristo Rei contra o Santo Ângelo.
Ben Hur Pereira mandou a campo o mesmo time do outro jogo, com exceção de Rodrigão, que rescindiu contrato; no seu lugar, Maicon Santana. Assim, Rafael, Alex Herber, Jésum, Luís Henrique e Alex; Luanderson, Evandro, Faísca e Mikael; Japa e Maicon Santana entraram no gramado com a missão de conseguir a segunda vitória índia na competição, aproveitando o fator local.
Mas o que se viu no primeiro tempo foi um time santo-angelense bem postado, criando algumas oportunidades, incluindo uma onde Rafael fez grande defesa, deitado após ser driblado. O Aimoré tentava chutes de fora da área, alguns cruzamentos, mas não oferecia grande perigo e a primeira etapa terminou em 0 x 0.
No início da segunda etapa, Luanderson, que já tinha cartão amarelo, fez uma falta e foi expulso após tomar o segundo cartão. A falta até pode ter sido passível de admoestação, assim como tantas outras que foram feitas pelo time visitante e não foram advertidas. Prejuízo gigantesco para o Aimoré, que teria que lutar com todas as suas forças para conquistar um bom resultado.
Em seguida, Japa divide uma bola com muita força e inexplicavelmente recebe um cartão vermelho direto. Se recebesse cartão amarelo já seria um pouco exagerado, imagine um vermelho! A essa altura do campeonato, com dois a menos, um empate já seria comemorado. Mas estamos falando de um time VENCEDOR, que luta pela vitória em qualquer lugar e sob quaisquer condições.
Com boas opções no banco de reservas, Ben Hur colocou Rogério, Da Silva e Toto. Este último foi o heroi da tarde: em uma jogada rápida, entrou a dribles na área do Santo Ângelo e foi derrubado: pênalti para o Aimoré. Alex converteu a cobrança, para loucura da torcida aimoresista. Mas ainda tinha muito jogo pela frente.
E talvez tenha sido aí a maior prova de valentia e heroísmo do time capilé. Porque com dois a menos, precisando defender o resultado por mais de 15 minutos, jamais abdicou de reter a bola, de tentar jogar, de fazer o tempo passar com algumas manhas sim, mas principalmente com futebol, como fazem os times valentes e vencedores. Nem com a confusão causada pelo time adversário o Aimoré se desconcentrou, e contando com o apoio de sua torcida, conseguiu uma vitória heroica, que o credencia a buscar o acesso.
Não sei se seremos campeões, ou se vamos subir; mas sei que esse time valente vai lutar até o último minuto, até o derradeiro momento. Porque é vencedor, tem técnico e diretoria com mentalidade vencedora e tem uma torcida que não se entrega nunca. Combinação irresistível para fazer do Aimoré o índio mais heroico da aldeia.
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