Memórias afetivas de decisões
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Memórias afetivas de decisões


Foto: Facebook Torcedor Índio Capilé Aimoré

A vida, essa entidade que sabe ser tão boa e tão má, foi bem injusta comigo: por conta de viagens profissionais, me tirou dos dois jogos das finais entre Aimoré x Novo Hamburgo. Portanto, esse post não vai falar sobre os jogos em si porque eu não estive lá, infelizmente.

O que sei é o que fiquei sabendo por quem esteve lá: no jogo de ida, estávamos perdendo por 3 x 1 e fomos buscar o empate heroico no final, com direito a golaço de João Paulo. Este jogo foi considerado um dos melhores Clássicos do Vale de todos os tempos, e foi mais uma página heroica escrita pelo Índio.

No jogo de volta, fomos operados por Márcio Chagas e sua cambada de auxiliares tendenciosos: vencíamos por 1 x 0 até os 48 minutos do segundo tempo, quando o Novo Hamburgo faz um gol absurdamente irregular, validado pelo juiz uns 10 minutos após o lance.

Nenhuma novidade: somos um clube que está incomodando muita gente. Olhando lá para a decisão no final do ano, é muito mais interessante para os "grandes queridinhos da FGF" que o Novo Hamburgo esteja lá do que o Aimoré. Portanto, essa arbitragem tendenciosa não me surpreende, embora machuque e muito.

Nas arquibancadas, outra informação repetida: levamos mais torcida do que eles nos dois jogos. Se for ignorância da minha parte, dou direito de resposta aqui no blog, mas a meu juízo a própria expressão "torcida do Novo Hamburgo" já é uma incongruência. Se no Aimoré temos muitos torcedores puros, e mais um monte de gente que acabou se engajando à causa e hoje sofre pelo time, não vejo essa situação acontecer no lado de lá do Rio dos Sinos. Não enxergo a galera anilada seguindo o seu time por todos os lugares, salvo raras exceções que possam existir; não imagino algum deles pegando um voo de volta para casa bem no horário de um jogo decisivo, passando toda a viagem inquieto, tentando imaginar o que está ocorrendo no estádio, e chegando na sua cidade liga para sua namorada querendo saber de notícias, e quando ela conta o que aconteceu, lhe dá um nó na garganta. Não; isso é emocional demais para um grupo de pessoas tão blasé que aceita ver seu estádio pintado de vermelho para abrigar jogos de outro time. Em São Leopoldo isso seria motivo de uma revolução armada e derramamento de sangue.

O que realmente me importa de tudo isso é a coleção de memórias afetivas de decisões que o aimoresista está acumulando. Todo clube vencedor, quando seus torcedores se juntam para conversar, lembram daquele grande título, daquela dolorosa derrota, daquele inesquecível jogo; e pode ver, normalmente essas memórias referem-se a jogos decisivos.

Hoje, se dois capilés se reúnem, por mais novos que sejam, um vai contar para o outro onde tava no título da Terceira Divisão de 2012; o que sentiu na Divisão de Acesso de 2013, quando o Aimoré carimbou a vaga para o Gauchão 2014; as histórias paralelas do gol de cabeça de Rafael; a sensação de vê-lo pegando dois pênaltis nas semis contra o São José; e, por que não, como se revoltou quando Márcio Chagas operou o Aimoré contra o Novo Hamburgo.

Esse, caros aimoresistas, é o combustível que faz com que a torcida aumente e se solidifique, sem precisar depender só da paixão dos Cardoso, dos Michael Duarte, dos Los Reyes, e de tantos outros índios abnegados; com essas memórias, esse sentimento vai se multiplicando e pavimentando o caminho para que o Aimoré cresça cada vez mais, chegue em cada vez mais decisões, e os torcedores tenham cada vez mais memórias afetivas, num círculo virtuoso que claramente está girando no Cristo Rei.

Portanto represemos, jogadores, comissão técnica, diretores e torcedores, essa revolta que nos corroi hoje; que ela possa servir como estímulo para buscar o segundo turno e o campeonato no final do ano. E aí, amigos, o que hoje é um sentimento de indignação vai se transformar em alegria, um sentimento muito mais nobre, com o qual a nossa torcida está se acostumando nos últimos tempos.

ÉS O CACIQUE DA TABA, CONTIGO NINGUÉM ACABA!!   




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