Guerra e Paz
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Guerra e Paz



No anúncio das escalações, o prenúncio de uma grande ruptura. Pela primeira vez neste ciclo, o som ?Renato Portaluppi? foi seguido de vaias, mais barulhentas do que os aplausos. Era o veredicto da Arena em relação aos últimos jogos, escalações, entrevistas e atitudes do comandante do vestiário gremista. O seu status de ídolo não o pouparia de receber as devidas críticas por parte do torcedor gremista.

Foi assim, com esse clima de guerra, que o Grêmio veio a campo enfrentar o Flamengo, um jogo fundamental para as pretensões gremistas no campeonato. Uma vitória tricolor levaria o time à vice-liderança do Brasileirão; mais do que isso, uma boa atuação daria confiança para a reta final da competição.

A escalação, dessa vez, era a mais adequada possível: esgotada a ideia de que um time mais defensivo dava a sustentação necessária à campanha do Grêmio, Renato colocou em campo um 4-4-2 equilibrado, contando com a presença de Zé Roberto na equipe.

O Flamengo trouxe a Porto Alegre um time reserva, poupando jogadores em vista da final da Copa do Brasil, que será disputada na quarta-feira. Jayme de Almeida montou um 3-5-2 recheado de garotos da base, o que deu maior mobilidade ao time.

O primeiro tempo foi bastante ruim: o Grêmio tinha maior volume, propunha o jogo, tentava criar jogadas; entretanto, esbarrava na má fase de alguns de seus principais jogadores, em especial a dupla de ataque formada por Kleber e Barcos. Já o Flamengo tinha dificuldades em armar jogadas, um pouco por culpa da falta de entrosamento, um pouco por uma certa ansiedade na hora do acabamento. Resultado: 0 x 0 e um número astronômicos de passes errados. Guerra novamente nas arquibancadas: as vaias da galera pontuaram a saída de campo do time tricolor.

No segundo tempo, Renato fez aquilo que a galera queria que ele tivesse feito no jogo anterior, contra o Vasco: colocou Maxi no lugar de um dos volantes, no caso Riveros, e posicionou Zé Roberto um pouco mais recuado. Dessa forma, o time gremista tinha mais qualidade na hora de armar jogadas.

Pouco tempo depois, o Flamengo tentava sair para o ataque pelo lado esquerdo. Nixon erra um passe, a bola encontra Maxi Rodríguez; o uruguaio avança, entra na área, corta dois jogadores rubro-negros e bate no cantinho do goleiro Paulo Victor. Gol do Grêmio e o primeiro prenúncio de paz na Arena.

Jayme de Almeida mexeu na equipe, colocando Rafinha, Luís Antônio e Adryan. Os problemas de falta de precisão nos passes seguiam acontecendo, dos dois lados. Para tentar melhorar esse aspecto e ficar um pouco mais com a bola no pé, Renato tirou Kleber e colocou Elano jogando como um falso segundo atacante. Deu relativamente certo, embora o time carioca seguisse ameaçando nos contra-ataques.

Da metade do segundo tempo em diante, o Flamengo melhorou e cresceu na partida, passando a rondar a área do Grêmio com maior freqüência. A partida já se encaminhava para o seu final, quando aos 40 minutos João Paulo desfere chute de fora da área, a bola desvia e trai Dida: o empate em 1 x 1 era o início de uma nova guerra nas arquibancadas. Nesse momento, o Grêmio deixava escapar uma bela oportunidade de chegar à vice-liderança e irritava a torcida.

Mas o jogo não terminaria dessa maneira. Pouco mais de um minuto depois do empate, Maxi Rodríguez pega uma bola no meio, dribla dois jogadores e bate colocado, no ângulo do goleiro, indefensável. Delírio na Arena, era a tão buscada vitória do Grêmio.

Assim, a paz voltou a reinar. Claro que o torcedor fica na bronca, lembrando de jogos como contra o Atlético-PR em Curitiba, onde Maxi ficou no banco em detrimento de Mamute e Lucas Coelho, e de tantos jogos em que o Grêmio precisava de criatividade e o uruguaio não era nem relacionado. Mas hoje Renato fez tudo certo, sendo premiado com a vitória e com a paz por parte da galera, fato exaltado por ele em sua entrevista após a partida (por sinal, muito mais sensata e ponderada do que as suas últimas manifestações).


Evidente que o fato de ele considerar que o garoto Maxi não está pronto para ser titular (no que ele pode ter razão), fará com que ele seja cobrado quando os resultados não aparecerem nessa reta final de campeonato. Mas ele sabe que precisa da torcida em paz, especialmente porque dois dos três jogos que restam serão na Arena; se continuar com o bom senso de hoje, certamente terá êxito em sua tarefa de levar o Grêmio à Copa Libertadores de 2014.

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