Nesta quarta-feira (11), o Stamford Bridge viu um confronto espetacular entre Chelsea e PSG. Clima tenso, muitos erros de arbitragem, nuances táticos e total emoção marcaram o jogo histórico. No fim da prorrogação, um 2 a 2 classificou parisienses às quartas de final da Liga dos Campeões. Vamos aos fatos.
José Mourinho, inicialmente, fez boas escolhas. Optou por não escalar Cesc Fábregas como
trequartista, já que espanhol não tem a intensidade necessária para atuar nesta parte do relvado; assim, Oscar foi titular e trouxe consigo seu grande entendimento de jogo; além disto, utilizou Ramires como extremo-direito, onde brasileiro tem rendido melhor. No rotineiro 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem a posse), "Mou" controlou adversário durante os primeiros 45'. Porém, isto ficou ainda mais claro e evidente após absurda expulsão de Zlatan Ibrahimovic, aos 30'. Dali até o final da 1ª etapa, Chelsea sofreu pouquíssimo e soube aproveitar vácuo entre as linhas rivais. Considerando apenas esta metade, atuação quase irretocável.
Contudo, no intervalo, técnico português tratou de jogar as coisas por água abaixo. Tirou um facilitador (Oscar) - que, amarelado, realmente tinha de sair -, sobrecarregou e diminuiu o outro (Fábregas). Desta forma, não conseguiu manter circulação como deveria. Num 4-3-3 (4-1-4-1 na fase defensiva), mesmo com superioridade numérica, Blues permitiram seis finalizações francesas no 2º tempo. Tinham, ao fim dos 90', menos posse. Antes, entretanto, a conhecida bola parada havia decidido - desta vez, não só a favor dos londrinos. Gary Cahill e David Luiz balançaram as redes de tal forma.
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Clique na imagem para ampliar Movimentos e variações de início |
Assim como o treinador concorrente, Laurent Blanc tomou decisões corretas no começo. Preteriu Ezequiel Lavezzi, escolheu Javier Pastore e seu jogo entre linhas; deu titularidade à Marquinhos, lateral-direito e com a missão de parar Eden Hazard. Prejudicada pelo árbitro Björn Kuipers, equipe da capital francesa compôs habitual 4-3-3 (4-1-4-1 sem a bola) até equivocado cartão vermelho de Ibrahimovic. Depois, formou 4-4-1 (igual nas duas fases), natural de quem tem um atleta a menos. Dentro de tudo isto, um 1º tempo pouco competitivo, onde pior lado do time esteve à mostra.
Nos outros 45', uma garra impressionante e um enorme Marco Verratti - além dos erros no outro lado - garantiram o empate. Destacável, também, as atuações de Pastore, Thiago Motta e Cavani. Às suas maneiras, contribuíram muito para sobrevivência e posterior classificação.
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Clique na imagem para ampliar Como terminou o tempo regulamentar |
Na prorrogação, a lenda Didier Drogba foi chamada ao cotejo. Completando 37 anos hoje, o costa-marfinense passou 30' como extremo, correndo feito um jovem. Isto porque o Chelsea retornou ao 4-2-3-1 (que fecha espaços num 4-4-1-1). Ainda no começo da fase complementar, Thiago Silva resvalou a mão na bola e Kuipers apitou a penalidade. Sempre frio na marca da cal, Hazard desempatou o jogo. Parecia que tudo estava decidido, que o PSG não teria forças (nem pernas) para reagir. Pois reagiu, e, após período de pressão, fez o 2 a 2 com Thiago Silva. O mesmo do pênalti, o cara que deu a volta por cima em oito minutos. Já não havia tempo, o falho regulamento obrigava ingleses a fazer outro tento. Acabava, ali, a batalha.
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Clique na imagem para ampliar Panorama ao fim dos 120' |
É impossível não culpar Mourinho, que teve tudo nas mãos e, em um piscar de olhos, foi de mais a menos. José exagerou, levou seu sistema de adaptação ao limite. Caiu por querer, em todas os grandes embates, ser reativo. Às vezes, é necessário controlar posse. Faltou sensibilidade. Para Laurent Blanc, triunfo é um símbolo do atual momento do conjunto. Que continua problemático, sim. Porém, vivo em todas as competições que disputa.