Dilúvio de emoções
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Dilúvio de emoções


"São Pedro, dá uma forcinha para nós amanhã? Não tô nem te pedindo a vitória, só queria que não chovesse, e se for inevitável, que seja uma chuva leve, ok?"

"São Jorge guerreiro, meu Santo Protetor, troca uma ideia com São Pedro aí para garantir o meu pedido? O Aimoré precisa da vitória amanhã, conto contigo!"

"Oxum, minha mãezinha querida, nos ajuda a conquistar essa vitória amanhã?"

Sábado à noite, na tradicional oração antes de dormir, este apaixonado que vos fala, preocupado com a previsão do tempo para domingo, resolve pedir algumas ajudas extras. Não sei se é legal fazer isso, e também sei que Deus e os Santos não podem (a princípio) interferir numa partida de futebol, mas minha angústia era tanta que acabei não resistindo à tentação.

Os primeiros sinais do domingo não foram bons: um vazamento na caixa d'água do meu prédio inundou minha casa e me deixou sem luz. O nervosismo e a tensão subiram a níveis astronômicos, e pensei seriamente em dobrar a dose do meu Coversyl.

Saindo de Porto Alegre, a chuva impiedosa já se fazia sentir. Chegando em São Leopoldo, a tormenta desabou. Novas conversas com os Santos, mas o desânimo tomou conta de mim, ao menos até chegar nas imediações do nosso estádio.

Aquele clima de final, aquela tensão toda, acabou por aumentar a minha adrenalina e ter a certeza da vitória. Se era para ser assim, que fosse, do jeito nosso, sofrido, peleado e brigado até o fim. Nos acomodamos nas sociais (cobertas??), eu e meus dois companheiros de Cristo Rei, e sentíamos na pele os efeitos daquela chuva sem fim.



E quando o jogo começou, que orgulho do Aimoré! Correu, lutou, dividiu cada bola com gana, brigou contra cada poça d'água, tentou insistentemente levar a bola para o gol adversário. Chances de bola parada, jogadas de pivô brilhantemente feitas pelo Jean Paulo, enfim, eram muitas as tentativas mas o primeiro tempo terminou em 0 x 0.



No segundo tempo, logo de cara tivemos Alex Herber expulso. O que tava complicado, seria ainda mais. Só que aos 9 minutos, tivemos a chance de abrir o placar, através de um penalidade máxima. Mas nosso lateral-esquerdo Alex bateu e o goleiro pegou. Que ironia: o mesmo Alex que havia convertido o pênalti contra o Santo Ângelo na vitória com dois a menos, e o mesmo que havia nos salvado nas semifinais. Coisas que acontecem com todos os grandes jogadores, como a história do futebol nos demonstra a cada dia.



Mais tarde, tivemos uma boa chance com Japa, mas a bola foi pra fora. No finalzinho, o abafa, mas não foi possível vencer todas as adversidades que se apresentaram. No fim do jogo, patético espetáculo de uma torcida fantástica, mas que se travestiu de todos os seus clichês para causar vergonha e desordem. Pena que um grande confronto tenha terminado dessa forma.

Agora vamos encarar o Riograndense, temos 180 minutos para fazer história e voltar à 1ª divisão. Temos time, técnico, diretoria e torcida. Mais do que isso: temos história, camisa e tradição. Se isso vai fazer diferença, eu não sei; a única certeza que tenho é de que vamos, todo juntos, lutar até o último minuto para fazer desse sonho uma realidade!

À noite, antes de dormir, ainda sem luz, e com a casa ainda sob os efeitos da inundação, fui para a tradicional oração meio na bronca: meus pedidos não foram atendidos, e eu queria saber o porquê. Apaguei no meio da oração e acordei com uma frase na cabeça: ainda não acabou!




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