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A VOZ DO INTER - O primeiro Grenal da Arena

Foi um jogo histórico, desses que não devemos perder. Por esse motivo resolvi pagar R$ 80,00 e comprometer todo o domingo para poder assistir o primeiro Grenal da Arena. Ingresso na mão, já sabia que o domingo seria de uma epopeia. Cheguei no Beira-Rio logo depois do meio dia. Lá pelas 13h saiu o primeiro comboio de seis ônibus. Em seguida abriu-se o Gigantinho para que a torcida fosse revistada e esperasse a liberação de mais ônibus. Tudo ocorreu com tranquilidade até se abrir o portão que dava acessos aos ônibus. Quase todos os torcedores foram ordeiros respeitando as filas. No pátio do Beira-Rio havia oito ônibus esperando os torcedores. Logo todos lotaram, mais do que isso, superlotaram, e havia ainda gente de fora, sem espaço para entrar. Surgiram mais dois ônibus para o transporte. Tudo isso levou mais de quarenta minutos, ou seja, muita gente ficou em pé, espremida por esse tempo dentro do ônibus parado.

O trajeto até o estádio foi rápido e tranquilo, sem nenhum tipo de confusão. O ingresso à Arena foi seguro, pois os ônibus pararam dentro do estacionamento interno. No deslocamento pelo bairro Humaitá, muitos moradores saudavam os ônibus. Colorados e gremistas convivendo em paz. Depois de subir cinco lances de escadas, tivemos acesso ao setor colorado. Lá dentro, apesar de tudo novo, filas para acessar o bar, preços absurdos (R$ 20,00 um sanduiche e um refrigerante), além de banheiros sujos. A visão do campo é muito boa devido à inclinação da arquibancada. Uma pena apenas o estádio não estar lotado, como merecia o Grenal de inauguração, além de no ano de 2013 ainda ter gente que se orgulha de fazer gestos e sons racistas.

Sobre o jogo em si, achei truncado, faltoso, parado, como normalmente é um Grenal. Esperava que o Inter, pela sua qualidade técnica, impusesse o jogo. Mas as inúmeras faltas sofridas, principalmente por D?Alessandro e Damião, faziam que o jogo não andasse. A arbitragem influenciou diretamente no resultado, não expulsando o Adriano e exagerando na expulsão do Jorge Henrique e Fabrício. Até mesmo o pênalti marcado para o Grêmio me causa dúvidas. Houve o contato mas o Kléber já não tem o domínio da bola e começa a cair antes do choque. No fim das contas o empate agradou principalmente aos gremistas, devido aos desfalques e por não ser novamente goleado em uma inauguração do seu estádio.

A volta ao Beira-Rio novamente foi tranquila. Em pouco mais de uma hora a polícia liberou a saída dos colorados, que novamente superlotaram os ônibus. A expressão sardinha em lata foi sentida na pele mais uma vez. O deslocamento foi rápido e seguro até o Beira-Rio. Pouco mais de duas horas após o término do jogo, a torcida colorada já estava liberada.

O Grenal na nova casa gremista foi a prova que é possível conviver em civilidade. Que quando há vontade do poder público e das duas direções, o torcedor pode acessar o estádio em segurança. As falhas que ocorreram podem ser facilmente corrigidas. Quem ganha é o futebol, o Grenal e o torcedor de bem. O mau torcedor é que deve ser isolado.

Marcelo Ducati Ferreira

@marceloducati

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