A volta dos que já vão de novo
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A volta dos que já vão de novo


Um de nossos personagens favoritos retornou aos noticiários com força total nos últimos dias: Robinho. Obviamente, não por aquilo que ele produz em campo (ou seja, nada), e sim por um hipotético retorno ao Santos FC, notícia que encheu os brasileiros com a esperança da recuperação do "craque" para a Copa da África, logo ali. O acerto é esse mesmo: usar o Peixe como se fosse um spa ou uma clínica de recuperação de toxicômanos, para depois devolvê-lo a solo europeu pronto para a glória de tornar-se, enfim, o "melhor do mundo" (palavras do próprio, mas a ironia inerente às aspas é nossa). O jogador alardeou seu desejo de voltar ao "clube de coração" em diversas entrevistas telefônicas dadas no passado fim de semana, e muitos compraram seu discursinho humilde e "realista". Diziam que lá ele está "triste" (nunca mencionaram que o clube, que investiu fortunas em alguém que só sabe choramingar, fazer beicinho e ficar de mal do técnico e dos companheiros, e a torcida, que tanto esperou do cara e nada obteve em troca, o estão mais do que o atleta), e que aqui ele recuperaria a "alegria de jogar" (alguém que ganha cerca de um milhão de reais por mês ser mimado dessa maneira é coisa de dar mal-estar a todos os que trabalham para ganhar a vida - aí está você que não me deixa mentir).

Pois é, amiguinhos: o "rehab" tupiniquim pode receber mais um com futebol enfermo, alguém que por aqui ficará até sentir-se em condições de retornar à Disneylândia para ganhar um presentinho do Mickey Blatter na Suíça, em algum fim de ano por aí. Todos que rodeiam Robinho fazem o possível para mantê-lo em seu mundinho de algodão doce, e sua palavra, mesmo que estapafúrdia, torna-se ordem, sem questionamentos. Fez feio no Real Madrid? Sim, mas é porque não te deram valor lá. Não jogou nada no Manchester City? Ah, essa torcida não te merece... Vai voltar pro Santos? Poxa, se não passarem a mão na sua cabeça, a gente se manda para qualquer outro lugar (tomara que seja o Barcelona). Claro: não querem perder a faustosa boquinha. Os que retransmitem suas declarações só pensam no fato de darem um furo de reportagem antes dos outros, e dane-se a ética e a vergonha (lembram-se que, no ano passado, chegaram a noticiar que o Milan tinha interesse no Obina? Hahaha!). O torcedor, estacionado em seu piloto automático clubístico, diz: "se guardar alguns gols pelo meu time, pode fazer o que quiser". Não tá nem aí se a esquadra para a qual torce vai ser usada como um cotonete, para limpar a sujeira pregressa de seu novo contratado. Todos os envolvidos com o futebol, hoje, são verdadeiras ilhas, poços de egocentrismo cheios até a boca, sem interesse com nada que não seja alguma vantagem para ser colhida dali a pouco - e o comportamento do ex-7, agora 10, se nos é mostrado como algo "normal", é porque todos os que lhe dão suporte não fazem diferente. Se merecem. Diga-me para quem torces, e eu te direi quem és, muchacho.

(Ah, sim: parabéns aos empresários do SPFC, que faturaram a Copinha SP com suas atuações decisivas sem entrar em campo. Aos outros, resta tentar uma vaguinha no time do Barueri para o próximo "Brasileirão".)



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