Futebol

União rumo ao Gauchão 2013 - Round 1

O round 1 da Divisão de Acesso começou, na realidade, no sábado à noite, às 20:30 na TVCOM. O União só jogaria hoje pela manhã em Camaquã, e eu estava reunindo meios para ir até lá e acompanhar a partida ao vivo.

Mas eu falava sobre o sábado à noite. Minha missão era acompanhar o outro jogo da rodada, entre Passo Fundo e Esportivo. Um empate em 2 x 2 e duas certezas: duras batalhas virão pela frente, pois são dois bons times de futebol que certamente darão muito trabalho ao União. O Passo Fundo já conhecemos (ganhamos em casa e empatamos fora) e o Esportivo é o melhor time da competição. A outra certeza é que a nossa missão, apesar de difícil, é possível, pois honestamente não vi nada de espetacular nos dois times, e certamente nenhum dos dois é invencível. Não digo isso somente por essa partida, mas pelo campeonato inteiro que venho acompanhando. Fui dormir nervoso, tentando resolver algumas coisas para realizar a viagem no domingo de manhã rumo à Camaquã.

O domingo chegou e trouxe junto com ele alguns problemas pessoais, os quais me impediram de, pela primeira vez, acompanhar o União ao vivo. Uma pequena frustração, acompanhada da promessa de ir até Bento Gonçalves no dia 15/07 para o jogo contra o Esportivo. Família reunida, roda de chimarrão e internet ligada na excelente rádio Florestal. O campeonato da vida do União iria começar.

Quem já acompanhou jogo no rádio sabe do nervosismo extra que isso gera. Rádio na Internet então, dá mais nervosismo ainda, devido a alguns pequenos cortes na transmissão, às vezes em momentos cruciais.

A outra dificuldade é identificar os nomes dos jogadores de cada time. Claro que eu já conhecia os jogadores do União, mas às vezes a velocidade da narração faz com que o lance conclua sem que saibamos se foi a favor ou contra o nosso time. Charme da transmissão quase artesanal, mas de excelente qualidade de rádio do interior.

Identificados os jogadores, falemos das superstições que qualquer torcedor de futebol tem. E eu tenho várias, a qualquer momento. Estou no quarto, com as mãos de uma determinada maneira e pinta ataque do Guarany; logo troco as mãos de lugar e o perigo passa. Minha irmã entra no quarto, ataque do União que redunda em escanteio, e não deixo ela sair até haver a cobrança. Enfim, um inferno torcer desse jeito.

O primeiro tempo foi brigado, com um leve domínio do União que chegou a botar uma bola na trave. O Guarany teve suas chances, todas pararam nas mãos do ?Anjo Negro? Gilberto, nosso goleiro. Nosso meio de campo esteve bem, faltou um pouco mais de capricho do nosso ataque. Mas tudo bem, no segundo tempo vamos marcar, tenho certeza. Intervalo com chamadas publicitárias simples, fantásticas e criativas, a notícia de que há 30 torcedores do União no jogo me dá uma inveja, uma vontade de ser o 31º por lá. Mas tudo bem. Pensamento positivo, vai dar!

Começa o segundo tempo. Os primeiros 15 minutos são de muito equilíbrio, até que Vinícius Vaqueiro, nosso zagueirão, tira o primeiro zero do placar com muita categoria, conforme atesta o narrador. Me emociono e comemoro muito. No momento do gol, minha irmã e minha namorada estavam no quarto, e peço para elas ficarem até o final. Fica só minha namorada, minha irmã diz que vai tomar banho e já volta.

Enquanto ela toma banho, o Guarany empata com Matão de cabeça, dois minutos depois do nosso gol. Começo do meu desespero. Pressão do Guarany. Logo em seguida, Leandro Vuaden (sim, ele mesmo, acha que isso é jogo de várzea?) assinala pênalti para o time da casa. Carlinhos converte e vira o jogo. Passada a raiva inicial, tento buscar a minha irmã de volta mas não a encontro. Minha namorada e eu começamos a fazer contas, já amargando a derrota iminente. Ela tem confiança plena de que o União vai classificar, eu confio mas sei que vai ser complicado. Fazemos novos planos de ir a Bento Gonçalves no dia 15 pra apoiar o agora nosso time.

A pressão está insuportável, e nosso técnico resolve mexer no time. Primeiro, tira Ganzer, nosso lateral-esquerdo, até então o melhor da partida segundo a rádio, para colocar Thales no ataque. Critico a substituição, acharia melhor tirar um dos dois volantes. Depois, ele tira o Gillian, meu ídolo, para colocar o também atacante Gabriel, e saca Willian Paulista, o melhor do 1º tempo, para colocar o Piccinini, que me agrada muito. Douglas, nosso centroavante de péssima atuação, permanece no gramado, o que é motivo de revolta para mim, pois queria que ele tivesse saído e não Gillian.

46 minutos do segundo tempo, eu já com a cabeça no próximo jogo contra o Passo Fundo, até que o Anjo Negro manda a bola para o ataque, Ytalo passa para Douglas, o nosso centroavante, aquele que eu queria que tivesse saído, e ele chuta cruzado, forte, sem chances para o goleiro adversário. Saio correndo do quarto, sem saber o que fazer, gritando, chorando e pedindo desculpas a Rodrigo Bandeira, afirmando que não entendo nada de futebol mesmo.

Termina o jogo com um empate heróico, com sabor de vitória, que nos dá muita esperança na busca de nosso objetivo. Agora é comer o churrasco que meu cunhado preparou, relaxar e pensar na quarta-feira, em casa contra o Passo Fundo. Round 1 termina bem.

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