Futebol
Un boquense pelo Brasil
Chapecó, 7 de março de 2013 - Boca x Nacional:
O cara procura desesperadamente um bar que tenha o Fox Sports para ver o jogo do Boca, o clube mais antigo pelo qual ele torce. Encontra, senta-se numa mesa de frente para a tv e começa a torcer baixinho em bom castelhano. E os "dale, Romy", "vamo, Burrito", "más rápido, Agustín" timidamente são pronunciados, e seu comportamento já começa a chamar a atenção dos demais clientes. O Boca toma um gol e o desespero se mistura à raiva, quando ele identifica um grupinho de rapazes torcendo contra o seu time. O cara recebe uma ligação de seu primo argentino, e fala alto e nervosamente, agora em castelhano, cheio de gírias do lunfardo (dialeto portenho).
No intervalo, para contribuir com o seu estado de nervos, o dono do bar troca de canal e põe no jogo do Atlético-MG, logo o time do pilantra! O cara se levanta e vai até o dono, e em um portunhol impecável, fala mais ou menos assim: "amigo, perdón, tu tein como colocar no xogo que táva dándo ántes, o xogo de Boca?". O dono do bar se espanta e pede desculpas, dizendo que não sabia que o cara tava vendo o jogo. O cara ainda diz: "é que yo soy hincha de Boca y precisso ber o segundo tiempo". Pronto, jogo do Boca na tela e vamos ao segundo tempo.
Aquele comportamento tímido do cara na primeira etapa dá lugar a um nervosismo gigantesco. Os "dale, Román" começam a dar lugar a "por Dios Sosa, no podés acertar una?"; logo, chegamos ao estágio de "Erbes, sos horrible" e enfim "Lucas, la puta que te parió, sos un muerto", "Porqué no se van a la concha de su putíssima madre, pelotudos?", e tudo isso em alto e bom som. Os rapazes já não torcem mais contra o Boca, ao menos não aparentemente, e o bar inteiro olha para o cara com curiosidade. Alguém, talvez tentando acalmá-lo, começa a puxar papo com ele, mas não dá resultado. Fim de jogo. Derrota do Boca.
Os rapazes que antes torciam contra o Boca vêm falar com o cara, dizendo que não estavam torcendo contra, e que não sabiam que ele era argentino, e arremataram dizendo que o Boca iria melhorar. O cara resmungou alguma coisa, pagou a conta e voltou ao hotel cantando: "Señores yo soy de Boca desde la cuna, y vamo a salir campeones no tengo duda".
Salvador, 14 de março de 2013 - Nacional x Boca
O mesmo cara da história anterior está na Bahia, e descobre horrorizado que seu hotel não tem o bendito Fox Sports. Rapidamente, toma o caminho do shopping mais próximo, na esperança de poder ver o jogo do seu Boca. Chegando lá, entra num restaurante, onde todos assistem a um dvd de música, e ele pede, em perfeito portunhol, para ver o jogo do seu time: "amigo, pôr favôr, bocês tein o Fóx Spórts?" Resposta positiva. "Meu tíme está xogando, pode poner lá?". O atendente faz uma cara de dúvida, e o cara diz: "si no, voy en otro lugar, no tein problema", e se senta na frente da tv com uma cara de psicopata. O atendente vai lá, fala com o gerente e finalmente põe no jogo.
As suas primeiras reações são "vamo, Romy, qué grande que sos, maestro!" "dale Erbes, estás perfecto hoy eh?" e alguns clientes do bar começam a prestar atenção no jogo, especialmente os homens. Aos 18 minutos, Riquelme cobra falta e quase faz o gol do Boca. Nisso, já tem uns 5 olhando o jogo e conversando com o cara, que em portunhol se esforça para interagir com os outros. Dois minutos depois, Chiqui Pérez faz pênalti infantil e ainda é expulso, para desespero do cara: "la concha de tu hermana, Chiqui, por qué no te morís, pelotudo de mierda?". Um homem diz, ao seu lado: "Calma, argentino, o cara vai errar". Na cobrança, o jogador do Nacional chuta por cima, e o cara explode, abraça o homem que havia profetizado o erro, e nisso já tem mais de 10 pessoas envolvidas com o jogo.
Perto do fim do primeiro tempo, cruzamento na área e PÊNALTI PARA O BOCA; nova explosão, mas agora não só do cara, mas de umas 15 pessoas que acompanham o jogo, algumas de pé. Riquelme pega a bola para bater e o cara grita: "vamo, Romy, por favor, hacelo, te lo pido, por el amor a Dios!". Gol! Gol não, golaço, e as pessoas abraçam o cara, todos comemoram, numa mini-festa que inclui até o gerente.
O segundo tempo foi tenso, o estranho Boca de calção branco tratava de segurar o placar, mas quando podia, tentava alguma coisa no ataque, como por exemplo em chutes de média distância, especialmente com Somoza ("no podés sacarlo más Carlos, ojo, eh?", dizia o cara) e o próprio Riquelme. Fim de jogo, nova mini-festa com as cerca de 25 pessoas que acompanhavam a partida, como se fosse a Seleção Brasileira ou um Ba-Vi. Cenas que só o Boca pode proporcionar.
O que tem a ver comigo essas duas histórias? Preocupantemente cada vez mais louco quando viajo, devo confessar que esse cara sou eu, ou, como diria o torcedor do Boca, ese cára soy yo!
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