Futebol
Um verdadeiro Fenômeno
21 do segundo tempo. Todos os brasileiros estavam jogando juntos ali, praticando uma corrente que, desportivamente falando, nunca havia sido desfeita. Bem ali, no International Stadium, em Yokohama, Japão, que as vergonhas de anos anteriores, como a eliminação vergonhosa da Copa América 2001 (uma derrota de 2 a 0 para a nada tradicional seleção da Honduras) ou a marcante obrigação de se curvar a superioridade francesa na humilhação de 3 a 0 na final da Copa do Mundo 1998, precisavam ser apagadas. Pelo bem de tudo que Pelé, Didi, Amarildo, Garrincha, Tostão, Rivellino, Romário, Zagallo, Feola, Jairzinho e muitos outros heróis nacionais ajudaram a construir.
Mas não estava sendo uma missão fácil. Era pra ser fácil ganhar de um time com Kahn, Schneider, Hamann, Neuville, Klose e outros craques? Acho que não. Mas também digo que nenhum adversário no mundo conseguiria bater aquela seleção brasileira que tinha Roberto Carlos, Rivaldo, Cafu, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Ronaldo Fenômeno, dentre outros. Pelo menos não no ano de 2002.
Destaque para esse tal de Ronaldo Fenômeno. Esse rapaz, que já havia conseguido alcançar o posto de melhor do mundo em 1997 e j
á tinha vestido as camisas de Barcelona e Inter de Milão em seu repertório, não poderia imaginar que o poder de definir tudo sairia dos seus pés.
Mas aquela corrente brasileira que não se quebra nem sofrendo 10, 20, 30 gols estava ali, junta a todos os 11 jogadores, tomando as dores deles, gritando, apoiando.
Não, o "Ronaldinho", como era chamado na época, não poderia deixar isso passar.
Essa tensão toda poderia ter sido evitada. O Brasil fez um primeiro tempo melhor, com 6 chances de gol, sendo que duas delas foram na trave, e a Alemanha estava dando indícios de uma possível reação na volta dos vestiários. Mas esse cara, que é um Fenômeno único no futebol, não poderia adiar para mais 4 anos a consagração da maior seleção de todos os tempos.
E foi aos 21 do segundo tempo que ele recebeu a bola de Gilberto Silva mas parou no sistema defensivo. Mesmo assim, não desistiu e roubou a pelota, que tinha sobrado com o alemão, tocou para Rivaldo e saiu correndo para pegar um eventual rebote. Mas parecia que ele realmente estava prevendo isso. Como alguém poderia cogitar a possibilidade de um rebote de Oliver Kahn? Pois é, foi o que aconteceu. Ronaldo impulsionou o grito de milhões (desde brasileiros a amantes do futebol bonito) ao colocar o gol que ia inserindo a quinta estrela ao nosso uniforme de peso.
A seleção adversária até ensaiava uma reação, mas como foi dito, naquele 2002, o Brasil era imparável. Ronaldo Fenômeno era imparável. 12 minutos depois do primeiro gol, ele consagraria nossa seleção em um patamar, até então, inatingível. Foi no momento em que Kléberson tocou pra Rivaldo, que por sua vez, falou "fique na história, Ronaldinho" mas não em palavras, e sim em gesticulações, ao abrir as pernas, efetuar o corta-luz e deixar a bola passar pros pés do eterno camisa 9.
Singela homenagem desse site a esse Fenômeno, que hoje completa anos. Parabéns, Ronaldo!
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