Eu acompanhei a trajetória de Lulinha nas equipes de base do Corinthians.
Confesso ter ficado encantado.
Rápido, habilidoso e artilheiro, com visão de jogo fora do comum, não é nem sombra do atleta assustado de hoje.
Lulinha não tem preparo psicológico para atuar na equipe principal do Corinthians.
Com apenas 17 anos, o atleta pulou etapas, e já conheceu de perto a podridão dos bastidores do futebol.
Muitos são os culpados.
O principal deles é Wagner Ribeiro.
Sem escrúpulos e visando apenas o lucro, o empresário acreditou que Lulinha iria estourar na equipe principal.
Não procurou saber se ele tinha estrutura emocional para isso.
Olhou no atleta uma maneira de fazer dinheiro fácil e rápido.
Wagner Ribeiro desde cedo atrapalhou o jogador.
Quando Lulinha ainda era infantil, o empresário, com a conivência de seus parentes ?comprou? os direitos do jogador das mãos de Nesi Curi, o poderoso chefão da corrupção do futebol amador do clube.
Muitas figuras do tempo de Nesi, testemunhas do fato, ainda estão lá.
Outras atingiram cargos de maior expressão no Corinthians.
Nesi vendeu Lulinha para o Diabo por R$ 300 mil.
Dinheiro que embolsou.
O clube nunca recebeu um tostão.
Alguns foram beneficiados com migalhas, para ficarem calados.
A família do jogador, conivente, se calou.
Preferiu o dinheiro rápido a ver o jogador se formar pelas vias normais, mais demoradas, porem com maior consistência.
E Wagner Ribeiro começou a pressionar os dirigentes alvinegros.
Alguns deles seus parceiros, outros apenas covardes.
Foi quando Lulinha, com apenas 16 anos, foi galgado à equipe principal.
Vocês vão dizer que existem atletas que chegaram ao profissional com idade semelhante e obtiveram êxito.
Sim, existem.
Mas cada caso é um caso.
Lulinha não está preparado.
Foi um astro nas equipes de base.
Conheceu a podridão dos bastidores ainda menino.
Teria que ter dado continuidade a seu aprendizado nas equipes sub-17 e depois sub-20 do Corinthians.
Com seu potencial, esse sim inquestionável, seria, sem duvida, um dos maiores do Brasil.
Mas a ganância de Wagner Ribeiro e dos coniventes dirigentes não permitiram.
Lulinha foi jogado aos leões.
E está sucumbindo.
O empresário obriga o clube a coloca-lo como titular.
Foi uma condição imposta na renovação de contrato.
Visando uma transferência no meio do ano.
Onde pretendiam lucrar com a exorbitante multa de U$ 50 milhões.
O tiro foi dado no próprio pé.
E o maior prejudicado é o atleta, que talvez nunca mais tenha tempo de aprimorar devidamente suas qualidades e corrigir seus evidentes defeitos.
Perde também o futebol brasileiro que está assistindo a destruição de um talento.
O mundo do futebol está cada vez mais sujo.
Culpa de gente como Wagner Ribeiro.