Futebol

O que os finalistas têm em comum

A partir de amanhã, teremos as decisões das copas do 1º semestre: a Libertadores e a Copa do Brasil. Pode-se dizer que Boca e Corinthians e Palmeiras e Coritiba desfizeram algumas lógicas que o início das semifinais apontavam. Grêmio, São Paulo e Santos ficaram pelo caminho, perdendo seus jogos para times que não eram considerados grandes favoritos. Certo, futebol é uma caixinha de surpresas, tudo pode acontecer, etc, mas existem algumas coincidências que ajudam a explicar as finais dos dois torneios.

Comecemos pela Copa do Brasil. Os dois melhores times das semis eram Grêmio e São Paulo. Os melhores jogadores, mais camisa e times mais técnicos (no caso do Grêmio, contrariando a sua tendência histórica). Entraram para os confrontos com Palmeiras e Coritiba, respectivamente, tentando impor a sua força e fazer uma final bastante esperada pelos amantes do futebol. Não deu certo. Cruzaram com times raçudos, guerreiros, que entenderam o que é jogar uma copa.

Na Libertadores, Santos e Universidad de Chile eram considerados os dois melhores times da competição, em termos de futebol ofensivo, técnico e bem-jogado. Evidente que suas derrotas para Corinthians e Boca não chegam a ser zebras, mas é fato que os dois times pareciam em melhor forma do que seus rivais.

A tentação inicial é dizer que futebol de resultados, aguerrido e copero sobrepujou o futebol mais técnico, bonito e ofensivo. Mas se analisarmos os times do Palmeiras, Coritiba, Boca e Corinthians, nos deparamos com jogadores como Valdívia, Tcheco, Riquelme e Danilo, extremamente técnicos, donos de um estilo garboso, quase lírico. Então aquele papo de raça, por si só, não explica as vitórias de nenhum time.

O que une os finalistas da Copa do Brasil e da Libertadores é a junção de bom futebol (que inegavelmente todos jogam) com obstinação, vontade genuína de vencer. O Palmeiras mordeu os dois jogos contra o Grêmio, ficou atrás, mas fez dois gols na casa do adversário e viu seu craque Valdívia resolver o jogo da volta. O Coritiba jogou melhor contra o São Paulo no Morumbi, onde acabou perdendo; no jogo da volta, seu bom time, formado por bons jogadores, resolveu o jogo e eliminou o tricolor jogando um grande futebol. O Boca despachou La U contando com a genialidade de Riquelme e a picardia de Mouche. E o Corinthians teve em Danilo e Emerson Sheik seus maiores expoentes nas batalhas onde venceram Neymar, Ganso e cia.

Todos tiveram raça, foram firmes em seus propósitos, jogaram futebol bonito e de resultados, mas, acima de tudo, os quatro finalistas QUERIAM vencer e SABIAM o que tinham de fazer para alcançar seus objetivos. Simples assim e complexo dessa maneira.

Prognósticos para a final? Algo quase impossível. Boca e Corinthians são tão parecidos que é impossível prever quem levará vantagem. O Coritiba talvez tenha algum favoritismo sobre o Palmeiras, mas é uma vantagem bastante tênue, que pode ser dissolvida facilmente pelo time de Felipão. Serão jogos duros, disputados, peleados, onde a tática e técnica farão a diferença a favor de quem será mais obstinado rumo ao título.

Que vençam os melhores, mais competentes e que mais queiram vencer.

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