Futebol
O futebol e seu reflexo em nossas vidas
O general francês De Gaulle disse uma vez que o Brasil "não era um país sério" (consta que tal frase foi dita por outra pessoa, mas o que importa aqui não é o autor, e sim o seu conteúdo). Pois estava eu a assistir ao jogo do Internacional contra o Goiás nesse domingo último, quando aconteceu o lance da expulsão do atacante Fernandão. Já sem o replay era claro que nada havia acontecido: apenas o avançado havia se enroscado com o volante Magrão (e não adianta: se você é marcado por tal jogador, pode-se usar de qualquer recurso, menos
fair play - ele, sem dúvida, não o fará). Pois aí o juiz, um tal de Ricardo Marques Ribeiro (ele na foto), resolveu jogar para a torcida, que hostilizava o goleador esmeraldino, e expulsou-o, em uma atitude demagógica e covarde. As repetições da imagem cansaram de mostrar que nada havia acontecido; mas, mesmo assim, o Goiás ficou com um a menos - e tomou uma goleada de 4 a 0 (é certo que já levavam um vareio enquanto Fernandão permanecia em campo; mas, com um a menos, fora de casa, fica difícil até mesmo pensar em reação).
Pois o que mais me deixou assustado foi ver a total passividade daqueles que transmitiam a partida. Mesmo com a imagem ali, evidenciando que nada havia acontecido e que o juiz errara clamorosamente, com prejuízo considerável para um dos lados, o tom dos comentaristas era de "ah, ele errou sim, mas não vamos nos preocupar com isso". Ninguém manifestou indignação, repulsa, aversão, nada. Pelo contrário: riam, como se isso fosse somente um inofensivo folclore, e discorriam sobre suas notas para o "prêmio Armando Nogueira". Quando falavam do lance, tateavam, com receio de demonstrar alguma certeza: "olha, eu acho que não foi nada, hein?". Claro que são tão covardes e omissos quanto o apitador - mas o que me saltou às vistas foi que esse é o comportamento típico do brasileiro, o ser que não desiste nunca. O atual escândalo do Senado, que, assim como o
video-tape fez na partida, trouxe tantas evidências para a deposição imediata do presidente Sarney (e isso não aconteceu), mostrou que o brasileiro tem como hábito varrer tudo para debaixo do tapete, dizendo: "ah, esses políticos são todos iguais, sempre roubam e não mudam". E vai lá e vota nos mesmos parasitas de novo. O ciclo vicioso não se rompe nunca, porque somos um povo já moldado para a submissão. Os tais "brahmeiros", que não se importam de viverem esmagados, conquanto possam ter sua cervejinha no fim de semana. Para quê levantar a voz, se as coisas são assim mesmo?
Logo, logo, o tal Ricardo volta a apitar um jogo do "Brasileirão" - afinal, como gostam de dizer alguns analistas, o futebol "é apaixonante por isso". E assim, enamorados e medrosos, prosseguimos.
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