O Brasil é o país do futebol. E essa afirmação talvez faça mais sentido no exterior do que para nós brasileiros. O profissionalismo com que esse esporte é tratado em diferentes partes do planeta mostra que, mesmo que considerem nosso país um formador de grandes jogadores, não podemos atribuir ainda à seriedade com que o tratamos o motivo pelo qual ostentamos tal condição. Afinal, temos em nosso favor várias condições importantes para que esse fenômeno ocorra, como um clima favorável o ano todo, um enorme número de praticantes, cobertura excessiva da mídia em geral, entre outros. Fatores esses que combinados dificilmente encontraremos em outros países.
E o que isso tudo tem a ver com o título dessa matéria? Só reforça a idéia de que a falta de profissionalismo de nossos dirigentes faz com que os atletas que chegam ao final desse processo, em busca de condições melhores para exercer sua profissão, optem por transferências para o exterior e, em alguns casos para países sem nenhuma tradição no futebol, como China, Coréia e Arábia Saudita que atualmente pagam bem.
Na Europa sabe-se que o melhor negócio no mercado do futebol é comprar jogador brasileiro jovem e vendê-lo após algumas temporadas. Kaká saiu do São Paulo por menos de nove milhões de dólares, Ronaldinho Gaúcho foi transferido para o PSG por seis milhões de dólares e hoje, quanto valem esses craques? Mas como foi citado anteriormente, não é só a Europa que atrai jogadores, e por quê? Porque em solo brasileiro, com exceção de algumas equipes, o atleta não tem garantia nenhuma que receberá em dia seu salário, fazendo com que disputas judiciais tornem-se fato corriqueiro nas manchetes esportivas.
Para corroborar com isso, segundo dados oficiais da CBF, no ano de 2007 mais de mil jogadores transferiram-se para o exterior, significando um aumento de aproximadamente 25% em relação ao ano anterior. Temos jogadores voltando a atuar no país também e com a valorização do Real muitos jogadores sul-americanos jogam nas grandes equipes nacionais atualmente.
Podemos concluir com isso que dois fatores são essenciais para a manutenção de jogadores no país: moeda forte e melhor organização dos clubes e confederações nacionais. E aí fica a pergunta: a que distância estamos de concorrer com o Euro e ter bons dirigentes?