Futebol
ENTREVISTA COMPORTAMENTAL - Felipe Becker, presidente do Aimoré
A terceira edição do Entrevista Comportamental traz Felipe Becker, o presidente do Aimoré:
Como foi o início da tua vida política no clube?
Comecei no clube em 1982, vindo ajudar o meu pai, que era vice-presidente de futebol. Em 1987, fui ser diretor de futebol, onde nós montamos o time que subiu para a 1ª divisão, o Ben Hur inclusive era o centromédio daquele time e eu trabalhava com o André Schu. Mantive o cargo por mais alguns anos; em 1989 caímos para a segunda divisão, retornando em 1991. Depois o Aimoré fechou, voltou, e eu fiquei afastado da vida política direta, colaborando como conselheiro do clube. Em 2011, voltei ao clube para fazer a gestão da Copinha, que era algo separado da direção de futebol do clube; em 2012, auxiliei na conquista da Segunda Divisão, e fui aclamado para a presidência no clube este ano.
Como você encontrou o Aimoré no início da sua gestão?
Bem diferente do que eu gostaria de encontrar; mas sei das dificuldades que todos aqui tiveram pra tentar fazer um Aimoré mais forte. Meu sonho de Aimoré é completamente diferente desse aqui que nós estamos vivendo; só que eu não encontro o apoio da comunidade como poderia, e teria que ser, para fazermos um clube mais forte.
Quais os planos para o futuro?
Eu vejo a possibilidade de fazermos uma Arena nova; hoje, um estádio de futebol não pode te dar prejuízo, ele tem que trazer retorno financeiro. Essa Arena serviria para fazermos shows, para construirmos quadras de futebol para aluguel, um centro de eventos, um restaurante legal, enfim. A ideia é utilizar esse espaço para auxiliar no equacionamento das dívidas e obtenção das certidões negativas, o que nos permite captar recursos junto aos governos para a montagem de projetos. Queremos fazer com que o Aimoré seja um clube sem dívidas. O futuro do Aimoré passa por uma reforma de patrimônio. Para que tudo isso aconteça, seria muito importante o acesso para a 1ª divisão.
Qual a expectativa da direção na busca do acesso?
É um campeonato muito difícil, todos os times são parelhos. Nós não temos a maior estrutura, a nossa é boa, mas outros times estão mais estruturados do que nós. Só que no futebol, tudo pode acontecer. Eu confio muito nesse grupo, confio muito no meu treinador, que foi meu jogador e capitão, e fiz questão de trazer ele também por conta disso, além de ele ter feito muitos bons trabalhos no interior. Nosso grupo de trabalho é muito bom, preparador físico, treinador de goleiros, o Edinho, que foi nosso treinador na Copinha em 2011 e nós o trouxemos de volta como auxiliar, todos são muito competentes e vão ajudar o Aimoré nessa luta.
Qual a situação do clube em termos de dívidas?
Está administrada. O Aimoré deve hoje, no total, algo em torno de 500 mil reais. Uma dívida pequena para um clube de interior com o patrimônio que tem. Isso não significa que nossa situação seja tranqüila, porque qualquer descuido pode fazer com que ela cresça.
Qual o custo mensal para manter o clube?
150 mil reais, sendo 100 mil de folha de pagamento total, levando em consideração funcionários e demais profissionais do clube.
Qual a ideia do clube em termos de patrocínio?
Temos uma negociação ainda no início com uma empresa, mas ainda é algo insipiente. Isso só vai amadurecer se conseguirmos subir para a 1ª divisão. Além disso, estamos sempre prospectando o mercado na busca de parceiros; mesmo porque, a situação do clube hoje é bastante desgastante para o dirigente: temos que vender rifas, jantas e outras coisas para conseguir cumprir os compromissos. Estamos constantemente ?passando o chapéu? na busca de recursos, e por trabalharmos com pouca gente em nossa equipe, isso acaba se tornando bem cansativo. Tem que gostar muito do clube para não abandonar o trabalho.
Falando em Arena, como está esse projeto?
Nós temos dois focos de Arena: um é um projeto enorme, prevendo hotéis, apart-hoteis, etc; é algo grandioso, mas que na prática não sei se sairia do papel, apesar de estarmos buscando investidores para isso. O outro é um projeto menor, onde trocaríamos um pedaço de área por edificações, aproveitaríamos o pavilhão, arrumaríamos a outra parte de arquibancadas, construiríamos as arquibancadas no barranco, e faríamos um investimento em quadras, restaurantes e tudo o mais. A ideia é que tenhamos um estádio sustentável e que possa ser um ponto de encontro para os sócios e a comunidade em geral. Vejo esse segundo projeto como mais plausível.
Como está a situação das categorias de base?
Hoje o grande negócio para um clube de futebol é a venda de jogador. Nossa base ainda não está da maneira como gostaríamos, mas ainda assim está revelando jogadores como o Mikael e o Lukinhas. Ela não é mais terceirizada, é nossa, e queremos melhorá-la ainda mais, principalmente com um projeto que temos de construir um CT em parceria com a prefeitura. Mas para que tudo isso aconteça, temos que fazer as reformas necessárias e conseguir dinheiro para investir no clube.
O Aimoré vai disputar a Copinha no segundo semestre?
Ainda não sabemos. Gostaríamos de disputar a competição, até para dar rodagem ao nosso time de juniores, que é muito bom. Mas as dificuldades são imensas, e se não conseguirmos investidores, não poderemos disputar a competição. Hoje, a tendência é que não consigamos disputar, mas tudo pode acontecer.
O acesso para a 1º divisão pode auxiliar nesse sentido?
Estamos apostando todas as nossas fichas nesse acesso. Só que ele sozinho não mantém um clube. Ele é o ponto de partida para que consigamos patrocínios, montemos projetos, tenhamos rendas maiores e outras benesses. Mas a salvação para o Aimoré passa, insisto, pela reestruturação administrativa e patrimonial do clube.
Analisando friamente, o acesso é possível?
Sem dúvidas. O nosso time não é pior do que ninguém, embora seja um campeonato difícil, conheço boa parte dos jogadores e times do interior. Temos uma vantagem que é o trabalho diferenciado de nossa comissão técnica, temos um grupo muito bom, muito focado, muito pegador.
Como foi a decisão da troca da comissão técnica?
Foi uma decisão difícil de ser tomada, mas foi necessária. Existem momentos no futebol em que a troca tem que acontecer, quando o técnico já não consegue extrair o máximo do seu grupo. O futebol não te dá tempo para pensar, as derrotas começam a aparecer, o time não reage, e em campeonato de tiro curto isso pode ser definitivo para enterrar as chances de um time. Por isso tomamos a decisão da troca.
Com o surgimento do Los Reyes, como a direção enxerga a renovação de torcedores aimoresistas?
Essa é uma situação que está sendo incentivada por nós, hoje teremos uma meninada que jogará bola no intervalo, estamos convidando o pessoal das escolas para virem ao Cristo Rei. O fato de o Aimoré ter sido fechado por muitos anos fez com que muitos meninos hoje nem saibam que é o Aimoré, e temos que reverter isso. O título do ano passado ajudou muito nessa mudança de cultura. Além disso, pra nós é fundamental ter essa rapaziada que agita, vai a todos os jogos, bate o tambor e incentiva a todo o momento. Faz toda a diferença para nós, dá um outro sabor ao futebol.
Presidente, para encerrar, um recado à torcida aimoresista.
A torcida pode acreditar no grupo, na direção, tem que acreditar porque temos condições de subir. Pra isso, precisamos do apoio de todos, lotando o Cristo Rei nos mata-matas que serão decididos em casa. É difícil, mas é possível, ainda mais com o engajamento de todos por essa causa.
Obrigado Presidente, o Futebol Comportamental estará junto com o Aimoré nessa empreitada!
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