Na abertura da fase internacional da Copa Sul-americana, o São Paulo foi até Buenos Aires enfrentar o Boca Juniors, atual campeão da Copa Libertadores em ?La Bombonera?. Tão temido em seu estádio, o Boca conta com uma equipe sem grandes destaques individuais, mas com uma consciência tática boa, tendo atletas que se aplicam fortemente para que a estratégia montada pelo seu treinador Miguel Russo seja bem sucedida.
Sabedor da boa fase pela qual passa o São Paulo, Miguel Russo optou por marcar a saída de bola da equipe brasileira dificultando a chegada da mesma em seus volantes e alas (Hernanes, Richarlyson, Souza e Jorge Wágner) obrigando os zagueiros tricolores a realizar longos lançamentos para o setor ofensivo (figura 1).
Figura 1 ? Atacantes do Boca (preto) marcando a saída do São Paulo (laranja)
O Boca montou um triângulo com Gracián (10), Palermo (9) e Palácio (11) que balançava pelo campo ofensivo fazendo com que o São Paulo tivesse como única opção de saída pelo chão passes abertos nos alas. Estes recebiam pressão dos volantes argentinos (Dátolo-7 no Souza-2 e Ledesma-8 no Jorge Wágner-6) assim que recebiam a bola, não permitindo nem que esses alas virassem o corpo de frente para o ataque. Esse trio de médios recuperadores completava-se com a presença de Battaglia entre eles, jogando como um pivô defensivo nos momentos em que o Boca saía com a bola de trás.
Para as transições ofensivas (defesa-ataque), o Boca mantinha sempre 3 jogadores a frente da linha da bola, sendo o Gracián (10) responsável por sair com a bola do campo defensivo por dentro e Palácio (11) pela transição rápida ?por fora? sempre se posicionando do lado em que a jogada do adversário ocorria. Essa saída rápida de trás dependia da zona onde era recuperada a bola e do equilíbrio defensivo que o São Paulo apresentava no momento. Palermo (9) ficava posicionado bem à frente para uma possível ligação direta (figura 2).
Figura 2 ? Transição ofensiva do Boca montada
Com duas jogadas de bola aérea o Boca conseguiu construir uma vantagem para o segundo jogo, que só não foi maior pelo gol marcado por Borges no final do jogo em uma das poucas falhas de posicionamento da equipe argentina.