Quase foi rebaixado, escapando da degola na última rodada. No dia 11 de maio, o Sobradinho chegou ao CAVE para o ?duelo de morte? que definiria quem cairia, na última colocação, com 12 pontos ganhos, enfrentando o penúltimo colocado, o Brasília (que também tinha doze pontos e a vantagem do empate por ter uma vitória a mais: 3 x 2). Dois gols de Carlos Henrique e um de Cleidir garantiram a vitória de 3 x 1 sobre o Brasília e a permanência na primeira divisão. Foi o ensaio para o desastre que aconteceria em 2003.
Dias depois desse sufoco, em julho de 2002, tomou posse a nova diretoria do Sobradinho, para o biênio 2002/2003, tendo como presidente Manoel Esperidião Pereira, o Manoelzinho, que já havia dirigido o clube em outras temporadas.
Em 2003, o Sobradinho pretendia esquecer o desempenho ruim do ano anterior. Para isso, Manoelzinho resolveu apostar na montagem de um time barato, com muitos juniores e jogadores recém-profissionalizados. A maior parte dos jogadores (oito) eram do time amador do Santo Antônio, de Sobradinho, que venceu a Copa Peladão no segundo semestre de 2002. Dentre eles, José Carlos do Nascimento, mais conhecido por Zé Mulambo, com 32 anos e que estava afastado há dois anos dos campos do Distrito Federal. Depois de passar por times do Paraná e Goiás, voltou para Sobradinho, onde conseguiu emprego como fiscal da Viação Santo Antônio, empresa que tinha um time de futebol, onde virou ídolo até a conquista da Copa Peladão.
Para dirigir o time, foi convidado Alécio Gomes, que havia treinado o Planaltina na Segunda Divisão do DF e estava em Palmas (TO).
Na terceira rodada do campeonato, no dia 26 de janeiro de 2003, aconteceu o histórico massacre de 10 x 1 do CFZ sobre o Sobradinho, resultado que provocou a demissão de Alécio Gomes.
Menos de um mês depois, no dia 12 de fevereiro, na goleada interrompida por 4 x 0 para o Gama, o presidente do Sobradinho comandou a simulação de contusão de três jogadores (Estevão, Betinho e Paulo César). O jogo no Bezerrão acabou aos 17 minutos do segundo tempo, quando o Gama vencia por 4 x 0. Os três jogadores foram absolvidos, mas Manoelzinho foi suspenso em definitivo do futebol.
Depois desses vexames, no dia 23 de fevereiro de 2003, no Augustinho Lima, 241 pagantes testemunharam o rebaixamento do Sobradinho com uma rodada de antecedência, depois de ser goleado pelo Unaí por 5 x 1. Alex Alves fez o gol de honra dos anfitriões.
A vergonha foi maior porque o Sobradinho nem mesmo encerrou sua participação no campeonato. Foi excluído da competição pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) a uma rodada do final da fase classificatória e foi punido com o WO no jogo que realizaria contra o Guará no dia 1º de março de 2003, justamente por ter protagonizado o ?cai-cai? no Bezerrão.
No mesmo ano (a Segunda Divisão era disputada no segundo semestre do mesmo ano em que houve rebaixamento), o Sobradinho conseguiu o acesso para a Primeira Divisão de 2004.
Depois de amargar o vexatório rebaixamento no primeiro semestre, o funcionário público Humberto Júnior tomou o lugar do banido Manoelzinho e iniciou a reformulação no Sobradinho. O trabalho foi coroado com o título de campeão.
Com todos os titulares remanescentes de times da primeira divisão candanga de 2003, como Bobby (Dom Pedro II), Iron (Ceilândia) e Giovani (Luziânia-GO), o Sobradinho chegou ao título de campeão depois de superar o Paranoá, no Augustinho Lima, por 1 x 0, com um gol de Geovani. Disputaram o último jogo pelo Sobradinho Osmair, André Souza, Piu, Panda e Bobby; Coquinho, Ricardinho, Iron e Edinho Paraíba (Jocelmo); Giovani (Zé Ricarte) e André Carioca (Joãozinho). O técnico foi Everton Goiano. após derrotar o Samambaia nas semifinais, e conquistando o título após vencer na final o Paranoá por 1 x 0 no Augustinho Lima diante de um público estimado em 3 mil pessoas.
A campanha do Sobradinho foi marcada pela volta ao futebol do maior artilheiro do Distrito Federal, Joãozinho, aos 40 anos, depois de dois anos e meio de prisão e mais de três longe do futebol.
Nos doze jogos que disputou, o Sobradinho venceu oito e empatou um. Marcou 22 gols e sofreu 8.
De volta à Primeira Divisão, com um elenco totalmente modificado acabou se segurando na elite ao ficar em oitavo lugar em 2004, mas em 2005 acabou ficando na penúltima colocação do Grupo A com 5 pontos ganhos, voltando para a Segunda Divisão em 2006.
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