O quarto poder dançou (ao menos por enquanto)
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O quarto poder dançou (ao menos por enquanto)


Como já deixamos claro aqui, pouco nos importamos com a Seleção Brasileira de futebol - aliás, reformulemos a sentença: o que fazemos é torcer contra as Teixeiretes, sempre, e com ganas. Mas me vi obrigado a postar algo neste humilde blog para falar a respeito da onipresença de Ronaldo Gaúcho ($$$) nos noticiários de ontem para hoje.

A imprensa fez um barulho desgraçado, dava como certa a convocação do "melhor da década", transmitiu ao vivo o pronunciamento do treineiro Dunga e... deu com os burros n'água. E o auê todo foi feito porquê? Porque queriam testar seu poder perante os chamamentos do "Big Kahuna" canarinho, nada mais do que isso. Queriam ver se, devido à campanha que empreendem, de forma suja e descarada, para que o jogador seja novamente uma "unanimidade" entre os torcedores (leigo ou apaixonado, não importa) e que seja o chamariz de audiência na Copa da África, logo ali, ele seria relacionado pelo anãozinho mudo na base do "boca-a-boca", na verdade um amontoado de lugares-comuns que todos repetem sem refletir, feito papagaios ainda mais irracionais que o bichinho verde. Essas corporações midiáticas, guiadas pela antevisão de um ou outro lucrinho em cada passo dado, acharam que bastariam os VTs ilusórios e a ferocíssima lavagem cerebral perpetrada pelos "especialistas" (que passou a fazer parte do inconsciente coletivo como uma dessas unanimidades extremamente perigosas, que levam fácil a decisões fascistas/arbitrárias/antidemocráticas) para que sua vontade de ferro prevalecesse. Eles, vejam só, ainda se vêem na posição arrogante de dizer que "o Brasil inteiro esperava" por Ronaldo Assis entre os 22 de hoje, para não explicitar escancaradamente os mecanismos escrotos que teriam levado à aberrante convocação. Aí, para fazer uma analogia com o pugilismo, tomaram um direto bem colocado no queixo - e o dia foi recheado de lamentações egoístas, em qualquer canal que você colocasse. Em cada "é uma pena que Ronaldinho não está na lista, pelo belo futebol que apresenta no Milan hoje", lia-se "é lamentável sua ausência, já que nosso poder de hipnose massiva foi subestimado justo por quem não devia". Tomem, idiotas. Por mais difícil que seja dizer isso, ponto para o treinador.

Só que, se Dunga mostrou que realmente assiste aos jogos do Milan e não se deixa enganar pelos maquiavélicos "melhores momentos" rossoneros exibidos nesse programas de meia pataca das TVs abertas e fechadas, precisará dar outra demonstração de culhão logo, logo. Isso porque, além da pressão dos "formadores de opinião" (ou seria melhor dizer "formadores de imbecis"?), existe algo que pode tornar insuportável a sua recusa em convocar o "astro": a Nike. A multinacional que patrocina o jogador, que, de uma hora para outra, e até explicavelmente (como já disse aí em cima e em outros posts, citá-la significa mostrar como as peças se movem nos bastidores), sumiu do noticiário quando o assunto é este craque tão requisitado, pode tornar-se o fiel da balança entre a triste falência de um modelo que muitos já consideram defasado e pouco "moderno", a convocação por mérito, e o sucesso do futebol de total assepsia e impessoalidade, administrado por engravatados que se importam, primordialmente, com o que tal sujeito possa atrair de dividendos às empresas que dele irão usufruir (sempre isso, sempre isso). Eles pagam, então são eles que instituem as políticas, não tem conversa. Olho no comportamento do sujeito - até mesmo porque, se acerta em um lado, pisa no tomate do outro: insistir com Felipe Melo é de uma teimosia ridícula e descabida, e isso somente para não ter de ser outro a deixar na mão essa sua valiosa "descoberta", eleito o pior da Itália há alguns meses... Realmente, torcer contra essa máquina de fazer sujeira é a única opção digna que nos resta.



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