Futebol
O naufrágio palmeirense e a receita para sair do fundo do mar
O Palmeiras perdeu mais uma, dessa vez para o Sport, fora de casa. O resultado por si só não pode ser considerado ruim, mas considerando o contexto foi mais uma prova do quão abalado psicologicamente está o grupo alviverde.
Na Arena Pernambuco, sem a pressão da Ilha do Retiro, o time paulista começou mandando no jogo, abrindo o marcador e dando mostras de que iria espantar o jejum de vitórias. Mas recuou e, abusando das falhas individuais, tomou a virada e o 2 x 1 acabou ficando barato.
Não dá para decretar o Palmeiras rebaixado, pois Gareca é bom técnico e o elenco não é tão ruim assim para ser lanterna do Brasileirão, situação momentânea do time. Mas é preciso urgente trabalhar a cabeça dos jogadores, sob pena de perderem outros jogos só no psicológico.
No entanto, achei que Ricardo Gareca tomou uma boa atitude nesse sentido, ao afirmar categoricamente que não vai abandonar o barco. Essa dúvida que pairava sobre a sua permanência certamente ajuda a aumentar a insegurança por parte dos atletas, especialmente os argentinos que foram trazidos com a sua indicação.
A diretoria não vai, e nem deve pensar em trocar o treinador; seria um absurdo, um desperdício de recursos e um passo gigantesco para outro rebaixamento. O que realmente os dirigentes deveriam fazer seria blindar o grupo, acalmar as brigas internas de poder e aumentar a confiança na comissão técnica e jogadores.
Outra coisa: a torcida precisa levar o time nas costas, precisa apoiar, encher os estádios onde o Verdão atuará. Por mais raiva que tenha de alguns jogadores, do planejamento equivocado da direção, de algumas decisões do técnico, muito da permanência do time na elite está em suas mãos! Uma torcida como essa não pode se omitir nesse momento, deve ser decisiva e passar força pro time. Deixem a caça às bruxas para o final do ano, com o Palmeiras garantido na série A; aí sim, é hora de cobrar por tudo o que deu errado nesse ano.
Era um ano para dar tudo certo, a volta para elite no centenário, mas a propalada maldição está batendo com força no ambiente palmeirense. Cabe a todos, torcida, dirigentes, comissão técnica e jogadores, evitar que o pior aconteça.
Se não virão grandes títulos (tem Copa do Brasil ainda), que 2014 fique marcado como "o ano em que a torcida evitou o rebaixamento do Palmeiras", e que esse seja um case que mostre aos futuros dirigentes a responsabilidade que têm ao guiarem o destino de um clube enorme como o Palestra.
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