Futebol

Na guerra dos índios, ganhou o mais forte. E agora?

Hoje à tarde, no Cristo Rei, o Aimoré perdeu a sua terceira partida consecutiva, para o Brasil de Pelotas.

Sobre o jogo em si, o primeiro tempo deu a impressão de que ganharíamos o jogo, pois jogávamos bem e pressionávamos o bom time xavante. Como eu ouvi de um torcedor na social, "pensei que o jogo seria mais difícil". E de fato, a expectativa era de que o Capilé encontrasse grandes dificuldades, já que o Brasil faz bela campanha e tem um time tecnicamente superior. Não chegamos a criar grandes chances, e aí começam as minhas críticas mais localizadas: nosso meio de campo simplesmente não cria. Não acho que seja culpa de algum jogador específico, é apenas uma constatação daquilo que mais tem prejudicado nosso time, e hoje não foi diferente. É balão para os atacantes, algumas jogadas pelas laterais, e nada além disso.

No intervalo, acreditei que teríamos chances de buscar a vitória no segundo tempo. Gelson Conte mexeu no time, mas a etapa complementar foi quase toda do time pelotense. De tanto pressionar, uma jogada pelo lado direito com participação de Maicon Sapucaia encontrou o centroavante Brasão na área, livre para completar de cabeça, deixando Rafael sem ação: 1 x 0 Brasil.

Para piorar, perdemos Rodrigão, lesionado. Sigo insistindo que nosso time é um com ele e outro completamente diferente sem ele. Ainda assim, Da Silva entrou bem na partida, e foi dele uma das principais chances do Índio Capilé na segunda etapa. No final do jogo, na base do abafa, criamos algumas oportunidades, mas todas pararam em Luiz Muller, goleiro xavante, e não teve jeito: mais uma derrota do Aimoré.

Mas o que realmente quero discutir não é o presente, e sim o passado e o futuro.

Sobre o passado, ainda segue inexplicável para mim a situação do Rodrigão. Tudo o que li e ouvi me parece incompleto, como se faltasse um pedaço da história. Suspeito que algo de mais grave ocorreu, e esse algo indubitavelmente perturbou o time, que não é mais o mesmo do ano passado e do início desse ano. Parece pesado, não fisicamente, mas de espírito; como se não acreditasse mais em si mesmo. Ganhamos do Ypiranga, um forte e tradicional time, e depois tudo desandou. Não tenho dúvidas de que houve alguma situação de bastidores que explica essa queda abrupta. Inadmissível perder DE VIRADA dois jogos consecutivos fora de casa, por mais interferência da arbitragem caseira que possa ter havido. Um time experiente como o nosso não poderia se perder dessa forma; e acho que as explicações vão além das quatro linhas.

Sobre o futuro, ainda me parece absurda a ideia de mandar Gelson Conte embora, como escutei hoje após o jogo. Por mais complicado que esteja o ambiente do time capilé, me parece uma lástima colocar fora todo um trabalho que vem conquistando bons resultados. Nesse sentido, a intervenção da diretoria no episódio Rodrigão me pareceu um bom alento. Quem sabe conversando possamos retomar o foco e fazer o Aimoré retornar ao caminho das vitórias?

Não sei se o primeiro turno está perdido, tudo indica que sim. Mas eu gostaria que lutássemos e acreditássemos até o fim, como temos feito desde o ano passado; se não der certo, estaremos mobilizados para o segundo turno. O sonho da elite não pode terminar. Se hoje não fomos os índios mais fortes da aldeia, ainda temos tempo para voltar a ser.

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