La vittoria del cuore
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La vittoria del cuore



Como esse blog fala de comportamentos dentro do futebol, não posso deixar de destacar a vitória da Roma sobre a Lazio, hoje, no Estádio Olímpico, partida válida pela 4ª rodada do Calcio. Foi, decididamente, a vitória do coração no 175º Derby della Capitale.

Primeiro porque no sábado, a Roma renovou o contrato de seu ídolo Francesco Totti por dois anos. Detalhe: Totti vai fazer 37 anos na próxima semana, e dessa forma ficou praticamente assegurada a aposentadoria do ídolo vestindo a camisa do time giallorosso, a única que vestiu durante toda a sua carreira, apesar do assédio de clubes poderosos como o Real Madrid. Ele é um torcedor dentro de campo, não se entrega, briga, e além de tudo joga um futebol maravilhoso, mesmo aos 36 anos. É sempre um prazer vê-lo jogar com seu enorme coração.

Antes do jogo, um momento que pode ser corriqueiro para quem acompanha os jogos do time romanista, mas que para mim foi absolutamente emocionante: antes da entrada do time em campo, a torcida canta a plenos pulmões o hino do clube, pilhando os jogadores a lutarem ao máximo por essas cores que defendem. Momento sublime ver torcedores de todas as idades professando esse imenso amor pela Roma, com todo o seu coração.

O jogo em si foi outra mostra de que partidas decisivas e campeonatos importantes são ganhos com o coração. A Roma chegava com 100% de aproveitamento e uma gana de seguir lutando por um campeonato que não vem desde a temporada 2000/2001. Além disso, lutava contra o jejum de 6 jogos sem vencer seu tradicional rival, incluindo uma final de Copa da Itália na temporada passada. A Lazio, por sua vez, fazia uma campanha normal: duas vitórias em casa e uma derrota para a poderosa Juventus (apesar do placar dilatado, 4 x 1). Esse desempenho das duas equipes se refletiu na atitude de cada time dentro de campo.

A Roma brigava por cada bola, propunha jogo, ia pra cima com toda a volúpia de quem queria provar que seguiria lutando pelo seu sonho de conseguir o 4º Scudetto de sua história. Já a Lazio fazia um jogo correto, se fechava no meio de campo tentando conectar algum contra-ataque, ou apostando na bola aérea; mas era só isso: correto, frio, sem alma, sem coração. Até por tudo isso, tivemos um primeiro tempo onde a Roma brigava, tentava criar chances, mas não conseguia furar o bloqueio biancocelesti. Maicon fez grande trabalho, Totti foi brilhante como sempre, Gervinho deu velocidade ao ataque, mas nada disso foi suficiente para abrir o marcador.

Na volta para o segundo tempo, a Lazio foi logo assustando através de sua principal jogada, a bola aérea: Hernanes cobra falta, Konko cabeceia na trave. Foi a última mostra de superioridade do time azul; a partir daí, só deu Roma em campo. O time grená uniu seu enorme coração com um jogo quase perfeito, e começou a criar chances para fazer o seu gol.

Aos 15 minutos, após uma pressão monstruosa, finalmente o placar foi inaugurado: cruzamento de Totti encontrou Balzaretti pela esquerda, que pegou de primeira para fazer 1 x 0 Roma. Na comemoração, choro do autor do gol, num claro indicativo da importância daquela vitória que se aproximava.



Engana-se quem pensou que depois do gol a Roma especulou: ao contrário, o time seguiu jogando o seu futebol e por muito pouco não ampliou a sua vantagem. Já com um a menos depois da expulsão de André Dias, que recém havia entrado em campo, a Lazio tinha enormes dificuldades para buscar a chance do empate. As duas mais claras foram através de balões para a área, sem grande sucesso.

Já nos acréscimos, aos 47 minutos, o jovem técnico francês Rudi Garcia, campeão francês com o Lille, viu seu time chegar ao segundo gol: o ótimo meia sérvio Adem Ljajic, contratado junto à Fiorentina, fez ótima jogada individual na área adversária e foi derrubado. Pênalti que ele mesmo pediu para bater e converteu: 2 x 0 e a conquista de uma vitória emblemática, onde a Roma mostrou que vai lutar até o final por esse objetivo que parece ser cada vez mais real, principalmente se continuar usando sua principal arma: seu enorme coração.



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