Jogos Imortais - por Rinaldo Pietrowski
Futebol

Jogos Imortais - por Rinaldo Pietrowski




Falar do meu sentimento no Olímpico, estádio de muitas histórias na minha vida e na de tantos tricolores, é voltar no passado e lembrar de todos os fatores que me levaram a ser gremista. Como todo guri, cresci com a fixação pelo futebol. Jogava desde o início da aula, recreio e saída do colégio. Nascido em família de gremistas, fui conhecer o Olímpico aos 7 anos de idade numa partida contra o Botafogo. Não foi o melhor jogo e o resultado também não foi o ideal, mas naquele momento ao lado de meu pai e padrinho percebi que nas minhas veias e no meu coração batia algo diferente por esse clube copeiro de alma castelhana.

Convivi por anos mágicos, em 89 vi o Grêmio massacrar o Flamengo por 6x1 na semifinal da Copa do Brasil, jogo fantástico de jogadores incríveis da época como Cuca, Assis e Paulo Egídio. Em 90, vi meu clube ser hexacampeão do gauchão em pleno Olímpico, metendo 4x1 no seu principal rival com os mesmos jogadores de antes. Era um time maravilhoso que encantava os mais velhos e motivava as crianças mais novas. Convivi com anos ruins, principalmente em 1992, mas estava lá no Olímpico também ajudando e motivando nesses piores dias. Vi meu tricolor renascer das cinzas a partir de 1993 com um vice-campeonato da Copa do Brasil. 

Pois a partir desse ano vieram os melhores dias do Olímpico nos anos 90. Campeão da Copa do Brasil em 1994, em pleno Olímpico lotado, e eu presenciei lá ao lado do meu pai. 1995 bi-campeão da Libertadores, em 1996 bi-campeão do Brasileiro com gol nos minutos finais de Aílton, nesse jogo infelizmente eu não estava. Jogadores marcantes dessa época, posso citar como principais: Danrlei, Arce, Dinho, Roger, Emerson, Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel e um craque e estrategista treinador chamado Felipão. Em 1997 e 2001 novamente mais dois títulos que levaram o tricolor ao tetracampeonato da Copa do Brasil, algo até hoje nunca ultrapassado. 

Para falar de um único jogo no Olímpico é muito difícil. Vi vitórias extraordinárias como as citadas no início. Vi também derrotas dolorosas, como na final da Copa do Brasil de 1995, frente ao Corinthians e em 2007 a perda do tricampeonato da América frente ao Boca Juniors. Apesar que acreditar em 4x0 era muito difícil para quem havia tomado 3 gols no jogo de ida. Mas eu estava lá, eu acreditei! Aliás eu sempre acreditei e acredito nesse time que me enche os olhos, me deixa como criança novamente em dias felizes e em dias tristes acaba com meu humor e com a minha noite também. 

Em 2009 houve um outro jogo inesquecível, o Grenal do Centenário. A casa tava cheia, Olímpico lotado, e eu lá ao lado de grandes amigos. Novamente vi uma virada história, com gol de Maxi Lopez, argentino com a cara do Grêmio e para a ironia do momento, foi no mesmo dia do aniversário da minha noiva, que é colorada. Eu saí feliz do Olímpico, ela em casa nem tanto com esse presente amargo. 

A Arena está montada, a casa nova está a cada dia mais linda, mas nunca me esquecerei dos dias que vi meu time de perto numa casa fantástica chamada Olímpico Monumental. Onde me apaixonei, ri, chorei, comemorei, vibrando sempre ao lado de amigos, familiares e gente que nem sei o nome. Só sei que foram momentos incríveis, inexplicáveis. Obrigado pela chance de demonstrar o meu amor por esse estádio e por esse clube que guardo no peito e que quero levar sempre meus amigos, irmãos, filhos e quiçá, meus netos.


GRÊMIO FBPA (4): Mazarópi; Fábio, João Marcelo, Luís Eduardo e Hélcio; Jandir, Cuca, Assis e Darci; Nilson e Paulo Egídio.
Téc.: Evaristo de Macedo

SC INTERNACIONAL (1): Maizena; Chiquinho, Sandro, Zaballa e Célio (Daniel); Norberto, Júlio, Luís Fernando (Rudinei) e Marcelo Prates; Nélson e Edu.
Téc.: Ernesto Guedes

Gols: Assis (G) aos 5min do 1°. Zaballa (I) aos 2min, Cuca (G) aos 19min e Paulo Egídio (G) aos 31min e Paulo Egídio (G) aos 40min do 2°.

Data: 29/07/90
Local: Estádio Olímpico
Árbitro: Renato Marsiglia
Público: 24 916 pessoas
Renda: Cr$ 9 672 100
Cartões Amarelos: Fábio, João Marcelo, Hélcio, Cuca, Darci (G). Norberto e Júlio (I).
Cartões Vermelhos: Marcelo Prates aos 26min do 2°.







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