Bom Senso e a minha fórmula para salvar os Estaduais
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Bom Senso e a minha fórmula para salvar os Estaduais




Recentemente, o Bom Senso FC divulgou suas propostas de calendário para o futebol brasileiro; basicamente, propõe menos jogos para os clubes grandes, mais para os pequenos, cinco divisões no Campeonato Brasileiro e a transformação dos campeonatos estaduais em copas, no formato da Copa do Mundo (leia aqui a proposta completa: (http://goo.gl/Tk4XiS).

No ano passado, escrevi um post sobre o Bom Senso FC criticando-o, porque até aquele momento eu só tinha lido pautas sobre a diminuição de jogos para os times grandes. Alguns leitores advertiram que isso era só um pedaço da proposta, e hoje vejo que eles tinham razão. O movimento está mostrando um cara muito mais positiva do que eu imaginava.

Digo isto porque, tirando um ou outro detalhe, considero a proposta do Bom Senso excelente. Daria uma nova cara ao futebol brasileiro, fazendo com que todos os times disputassem jogos durante o ano inteiro, fortalecendo o futebol de todos os estados, sejam eles grandes ou pequenos.


Mas se eu bem conheço o meu Brasil varonil, receio que essa proposta não vá adiante. Tudo aquilo que racionaliza o futebol, contraria os interesses escusos das federações, principalmente no que se refere aos campeonatos estaduais. Assim, temo que o estudo feito pelo movimento seja jogado no lixo pelos "donos" do futebol brasileiro.

O que eu sei é que assim não dá pra ficar. Mesmo considerando o status quo do esporte bretão em terras tupiniquins, os campeonatos estaduais deste ano mostram claramente a necessidade drástica de mudanças, sob pena de matarmos o futebol brasileiro.

Não dá mais para tolerar campeonatos estaduais deficitários, que não atraem a atenção de ninguém, que onera clubes grandes e castiga até os pequenos, antes os únicos interessados na manutenção das coisas por conta da renda auferida nos enfrentamentos contra os times grandes. Hoje, nem isso causa interesse do público, pois os times jogam com equipes reservas, as federações marcam e remarcam jogos ao seu bel-prazer, e não é oferecido ao público um espetáculo de qualidade, com ingressos caros e estruturas ridículas.

É preciso mudar. Já. A hora de pensar no futebol que queremos para 2015 é agora.

Hoje, temos um bom exemplo de como atrair atenção dos clubes, grandes e pequenos, aos campeonatos estaduais: a Copa do Nordeste.

Para quem não sabe, a competição traz clubes dos principais estados do Nordeste; estes clubes só entram nas disputas dos campeonatos estaduais na fase quente, ou seja, após os demais clubes disputarem uma etapa classificatória que varia de estado para estado.

Quando a competição entra nas fases eliminatórias, os seus participantes voltam suas atenções para a disputa de seus estaduais, com um número menor de jogos, que são em sua maioria mais decisivos.

Não é o ideal? Claro que não, pois ainda assim temos acúmulo de datas e problemas estruturais aue atingem o futebol nordestino. Mas me parece o modelo mais adequado para o futebol brasileiro, considerando as possibilidades de mudança que existem nas federações.

Minha proposta seria algo mais ou menos assim: os estaduais do ano anterior classificariam os clubes para a disputa dos torneios regionais do ano seguinte. Os clubes classificados disputam estes torneios e entram nas fases mais decisivas dos seus campeonatos estaduais. Durante a disputa das competições regionais, os demais clubes jogam uma fase classificatória, definindo rebaixamentos e classificados às fases seguintes.

Assim, poderíamos ter, além da Copa do Nordeste ampliada a estados que ainda não participam, uma Copa Norte; uma Copa Centro-Oeste; uma Copa Sul-Minas; e o retorno do Torneio Rio-São Paulo. Competições atraentes, com jogos televisionados e ampla cobertura da mídia, como está acontecendo na Copa do Nordeste.

De novo, é o ideal? Não, não é; o caminho pro ideal passa muito mais pela proposta do Bom Senso do que por essa, creio. Ainda por cima, certamente surgirão diversos detalhes a serem resolvidos para a implementação deste modelo que propus. Mas acho que é um ponto de partida possível e viável, que mexeria um pouco menos nos interesses das federações e traria jogos interessantes para o público.

O que eu sei mesmo é que temos que fazer alguma coisa, ou corremos o sério risco de ver o futebol brasileiro como um mero trampolim para os jogadores se transferirem para outros mercados, como já começa a acontecer com cada vez mais força.

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