Futebol
A VOZ DO INTER - A espinha dorsal
Eu cresci numa época em que o juiz usava preto, a vitória valia dois pontos e o Gauchão tinha hexagonal final com ponto extra para o time de melhor campanha. Nessa época, ficavam só cinco jogadores no banco de reservas, o esquema tático era o 4-3-3. O treinador não podia levantar do banco de reservas, os jogadores iam para o aquecimento só quando efetivamente iam entrar, e sempre estávamos à espera do novo Valdomiro.
Pois bem, nessa época aprendi que um time se fazia com cinco jogadores, que eles eram essenciais e tinham de ser bons. O resto do time podia ser completado com jogadores médios. Goleiro, zagueiro, volante, meia e centroavante. Esses cinco eram a alma do time, sua espinha dorsal. Um goleiro bom, confiável, que não entregasse nenhum jogo e que ainda salvasse uns pontos com seus milagres. Um zagueiro veloz, forte, de preferência um pouco bandido. Um volante para ganhar as bolas aéreas, marcar o meia do outro time e fazer a saída de bola ter qualidade. Um meia cerebral, que cadenciasse o jogo, desse lançamentos perfeitos, batesse falta e escanteios com qualidade. E um camisa nove, matador, que fizesse um gol a cada dois jogos. Pronto, tá feito o time para ser campeão.
O Inter tem hoje Muriel, Moledo, Willians, D?Alessandro e Damião. Essa é a espinha dorsal. Têm ainda Juan, Fred e Forlán, jogadores acima da média. Tem um treinador motivador, agregador, bom de grupo. Então o Inter será campeão brasileiro, é isso? Não, infelizmente não. Como quase tudo na vida, o futebol mudou. Se hoje as chuteiras são coloridas e os times têm patrocínio na camisa, é óbvio que o futebol também mudou. O 4-4-3 já não é mais usado... O campeonato disputado é em pontos corridos e, além da espinha dorsal, o time tem de ter plantel. Plantel para substituir em cinco rodadas o centroavante da seleção, Leandro Damião. A cada jogo, Rafael Moura mostra que não pode ser o substituto do camisa nove. Plantel para dar opções de mudança, ao treinador, no meio campo.
Se D?Alessandro ou Fred não podem jogar, Vitor Júnior é o substituto, e o time entra num abismo de qualidade técnica. Reforços são necessários, muito necessários, mas a pergunta é: eles virão? Dá para confiar numa direção de futebol que fez o que fez no caso da expulsão do Fabrício na Copa do Brasil, indo contra a decisão do departamento jurídico e cometendo o absurdo de não escalar o jogador no Brasileiro? Sinceramente, eu quero confiar, quero acreditar que os reforços virão, que virá um substituto à altura de Damião, se ele for realmente negociado. Queremos acreditar sempre, afinal, é o Inter. Quero acreditar que, depois de quase 35 anos, enfim, verei o Colorado Campeão Brasileiro. É o que falta, para mim e para minha geração, dizer que viu o Inter ganhar tudo.
Marcelo Ducati
@marceloducati
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