A nova casa do Náutico
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A nova casa do Náutico


Na véspera da estreia do Náutico em jogos oficiais na sua nova casa, a Arena Pernambuco, vamos trazer aqui o sentimento do clube em relação a essa mudança radical. Ainda em meio à Copa das Confederações, entrevistamos o gerente de marketing do clube, Rafael Santoian, que contou para o Futebol Comportamental como está sendo tratada essa transição. Acompanhe aí:



Rafael, como o Náutico está encarando essa Copa das Confederações, competição que representa uma grande ruptura no status quo do clube?

Esse é um evento-teste para a Copa do Mundo; estamos bastante envolvidos com ele, de todas as formas. Por exemplo, ontem a Espanha treinou em nosso CT, que ofereceu todas as condições de trabalho, inclusive em termos de gramado, mesmo com toda essa chuva que tem caído por aqui. Apesar de não estar ainda completamente construída, essa nossa estrutura é top de linha, e motivo de grande orgulho para todos nós. O torneio também vai trazer uma mudança radical para nós: imediatamente após o seu final, começaremos a jogar no nosso novo estádio, lá no dia 7 de julho contra a Ponte Preta. Não chega a ser uma inauguração, pois na realidade nós já inauguramos a nossa nova casa, num amistoso contra o Sporting de Portugal.


Como foi esse jogo?

Na verdade, essa partida, além da inauguração da Arena, foi um evento teste para a Copa das Confederações. A avaliação foi totalmente positiva, embora tenham ocorrido alguns imprevistos, principalmente em relação ao transporte até lá, mas sobre a Arena em si foi muito satisfatório. 


A torcida está apoiando a ideia?

Sim. Em sua grande maioria, a torcida está nos dando um respaldo muito grande. Sabemos que nos Aflitos temos toda uma história, tivemos mil conquistas ali. Mas todos entenderam que era uma necessidade grande dar esse salto. 


Como será a migração da estrutura do Náutico para a Arena?

A nossa estrutura, setor administrativo, permanecerá aqui no mesmo lugar. Na realidade, estamos indo jogar em um estádio que não é nosso. A sede do clube permanecerá aqui, inclusive a nossa fachada é tombada pelo patrimônio histórico.




Qual o futuro dos Aflitos?

Nossa intenção é nunca vender os Aflitos. Nosso modelo de negócios em relação a isso é o mesmo que o Atlético Mineiro adotou com seu antigo estádio: alugaram a área, que está em bairro nobre de Belo Horizonte, e foi construído um shopping de luxo no local. Isso rende cerca de 2 milhões de reais por mês ao clube, o que permitiu um grande salto de qualidade e a possibilidade de montar times excelentes, trazendo craques como Ronaldinho para jogar lá. Temos a certeza de que não vamos nos desfazer desse patrimônio que temos. 




Existe alguma negociação em andamento nesse sentido?

Esse é um negócio muito difícil de ser concretizado. As propostas que chegam aqui é para comprar o terreno, e isso nós não queremos. Queremos alugar por 30 anos, e jamais vender esse local histórico.


Falando em 30 anos, como funciona o contrato com a Odebrecht em termos de distribuição de receitas?

É um contrato de 30 anos, aos moldes do que queremos fazer aqui. Em relação às receitas, é difícil estabelecer algum percentual, porque tudo varia em relação aos diferentes setores e modelos que temos dentro do estádio.   


Quais os benefícios dessa mudança para o clube?

Os benefícios são imensos. Vou te dar um exemplo bastante pontual que vai ajudar a entender isso. Aqui em Pernambuco, temos o programa Todos com a Nota, onde a cada 100 reais em notas fiscais, creditadas em um cartão nominal por cpf, você troca por um ingresso. Essa ação é subsidiada pelo governo do estado, que paga "x" aos clubes por cada ingresso. Na Arena, ao invés dos 9 mil lugares que disponibilizamos nos Aflitos para essa categoria, teremos 15 mil lugares, com um grande percentual desse "x" sendo do Náutico. Além disso, os custos e manutenção do estádio não existem mais. Para abrir os Aflitos, independente da renda, o custo é de 45 mil reais. Esse custo não teremos na Arena.


Como funcionará a questão dos sócios?

Colocamos na nossa cabeça que precisamos tratar o sócio como um cliente, e dar benefícios a eles. Porém, enfrentamos uma situação complicada: nosso antigo plano de sócios prevê a entrada grátis dos sócios aos jogos. Isso acabou: não podemos mais oferecer esse benefício em um estádio que não é nosso. O que conseguimos com a Arena é um desconto muito bom, que inclusive nos surpreendeu positivamente. Não podemos divulgar ainda, porque não batemos o martelo, mas inclusive prevê uma área exclusiva aos sócios, como se fosse uma social. Acreditamos que será um belo incentivo aos nossos sócios. (Em tempo: os valores por partida foram definidos entre R$ 25,00 e R$ 35,00)    


E a questão das mensalidades, seguirá igual?

Não. Definimos um abatimento de R$ 40,00 para todos os sócios. Por exemplo: um sócio patrimonial, que pagava R$ 80,00 por mês, a partir de julho pagará R$ 40,00, mas não terá mais acesso grátis aos jogos. Porém, ele terá direito a um desconto significativo para ingressar na Arena. (Em tempo: ingressos para o torcedor comum custam entre R$ 36,00 e R$ 50,00, e o sócio paga entre R$ 25,00 e R$ 35,00)


Como está sendo tratada a questão da mobilidade para a Arena?

Nos preocupa muito essa questão. Está em cima da hora, mas estamos constantemente conversando para tirar um projeto do papel com urgência. O torcedor do Náutico, em sua grande maioria, mora próximo ao estádio, e costuma vir a pé para os jogos. Isso não poderá mais acontecer. A nossa ideia então é disponibilizar transporte daqui dos Aflitos para a Arena, para minimizar os efeitos da distância na rotina do torcedor.


Em algum momento o clube chegou a pensar em recusar a proposta e seguir nos Aflitos?

Uma questão como essa, de sair do seu estádio da vida inteira, é sempre polêmica, nunca vai ter 100% de aprovação. Foi uma discussão complicada, e até hoje temos torcedores e conselheiros mais tradicionais que são contra essa saída. Mas o contrato que acertamos com a Odebrecht é muito bom. Por exemplo, eles fizeram obras em nosso CT, nos pagaram mensalmente um valor muito bom enquanto não jogávamos na Arena, as receitas que nos caberão, são coisas muito benéficas ao clube. Para alcançar um patamar de time grande, como queremos ser, não podíamos mais nos privar de grandes públicos em jogos grandes, num estádio de 1939, com uma estrutura interna bastante defasada. Era vital para o nosso crescimento aceitar a ideia da mudança, por mais difícil que ela seja.




Dentro de campo, quais os planos do clube a partir da chegada da Arena em sua vida?

A questão da Arena pode ser importante até para a vinda de um jogador de futebol, pois o fato de jogar em um clube que tem uma estrutura, com estádio padrão Fifa, com o CT mais moderno do Nordeste, pode ser decisivo para atrair os grandes jogadores para o Náutico. Além disso, é fundamental nos firmarmos como um time de primeira divisão, que nos tornemos um time habitué da série principal. Aí vamos crescer muito como clube, tenho certeza disso.


Nota do editor: a Arena Pernambuco sediará dois jogos nesse final de semana: o jogo citado pelo Rafael passou para sábado, dia 6 de julho, às 18:30. No domingo, Botafogo e Fluminense se enfrentarão, no mesmo horário.

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